Por nara.boechat

Rio - Diante dos crimes cometidos por Michele Vieira de Melo, 24 anos -- acusada de matar Diana de Oliveira da Silva, 33, e sequestrar a filha, Jenifer, de 11 dias -- o Conselho Tutelar de Campo Grande notificou ontem a tia que cuida de um filho da assassina. O Conselho pode apreender a criança.

“A tia precisa ir até o Conselho dizendo que quer ficar com a criança. Faremos a avaliação e encaminharemos a solicitação à Justiça”, detalhou o conselheiro Rafael Sobrinho.

Michele Vieira de Melo%2C de 24 anos%2C é acusada de sequestrar um bebê de 11 diasAlexandre Brum / Agência O Dia

Sobre a situação de Jenifer, internada no Hospital Rocha Faria, ele disse que o pai da criança ficará com ela após a alta do bebê, caso apresente a certidão de nascimento dela. Mesmo assim, ele terá que fazer um exame de DNA para comprovar a paternidade. Jenifer ainda realiza exames e não tem previsão de alta.

Mãe implorou para que seu bebê não fosse maltratado

Em suas últimas palavras antes de ser morta, Diana Oliveira da Silva, 33, implorou pela vida de Jenifer, de apenas 11 dias: “Só não mate meu bebê”. De costas para Michele Vieira Melo, 24, e com a filha no colo, a vítima lutou para defender a menina antes de ser dominada e sufocada. Na Divisão de Homicídios, a suspeita confessou ontem o sequestro da recém-nascida e o assassinato. Ela contou que a intenção era forjar o nascimento de uma criança para tentar reconquistar o ex-marido.

A polícia descartou que a acusada tenha tido a ajuda de alguém ou que estivesse armada para cometer os crimes na segunda-feira. “A Diana resistiu, e houve luta corporal, como disse uma testemunha ao encontrá-la no ônibus, suja de terra e mato. Michele diz ter dominado a vítima após ela ter largado a criança, a amarrado e a asfixiado. Contudo, há a possibilidade de ela ter asfixiado a Diana com uma camisa e uma fralda quando ela estava de costas defendendo o bebê”, contou o delegado Fábio Cardoso, responsável pelas investigações.

Após ser presa em uma casa com a criança, na Rua Professor Souza Moreira, em Campo Grande, e negar os crimes, Michele acabou confessando o crime, depois de oito horas de conversas com o psicólogo da Divisão de Homicídios. Disposta a reatar com o ex-marido, que vive em Belo Horizonte, a acusada forjou a gravidez no ano passado e manteve a história, apesar das desconfianças da família. No dia 31, ela saiu de casa afirmando que teria a criança perto da mãe, em Minas Gerais.

Nesse tempo, vagou por ruas de Santa Cruz, Barra da Tijuca e Recreio. “Ela soube que estava tendo uma campanha de amamentação no posto e decidiu esperar por alguma vítima no local. Quando a Diana saiu, ofereceu roupinhas e a convidou para ir até sua casa, que disse ficar próximo dali. No meio do caminho, Diana foi atacada”, completou o delegado.

Michele, que é mãe de um menino de 5 anos e há três veio para o Rio para morar com uma tia e primas, foi transferida para um presídio feminino. Ela será indiciada por homicídio e sequestro qualificados, podendo pegar até 35 anos de prisão. Diana será enterrada hoje, em Guaratiba.

As mentiras da criminosa

No emaranhado de mentiras, Michele contou, na primeira versão, que encontrou Diana na porta do posto de saúde e a perguntou onde poderia fazer um lanche. Disse ainda que a vítima teria discutido com um homem e entregado a criança para ela antes de entrar na mata. Michele disse que foi embora após chamar e Diana e não ouvir resposta.

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