Rio - Um homem armado, identificado como Israel, policial da UPP Parque Proletário, invadiu o sétimo andar da Universidade Estadual do Rio de Janeiro (Uerj), no Maracanã, Zona Norte — onde funciona o curso de Direito —, por volta das 16h desta sexta-feira, criando pânico entre alunos da instituição. Segundo estudantes, não houve disparo e ele foi contido pelos seguranças da faculdade. O incidente aconteceu no prédio Campus Francisco Negrão de Lima.
De acordo com a Coordenadoria de Polícia Pacificadora (CPP), o subcomandante da unidade foi para o local e conseguiu intermediar a situação. O policial, que tentou agredir a companheira, foi levado para a 18ª DP (Praça da Bandeira), onde foi registrado crime de ameaça. O agente está preso administrativamente, à disposição do comando da unidade a qual pertence. Ainda segundo a CPP, o soldado foi encaminhado para o setor de psicologia da Polícia Militar para avaliação.
“Ele gritou que a namorada o tinha traído. Completamente transtornado, dizia que não iria aceitar ser corno”, contou uma testemunha que trabalha na Uerj. Um estudante afirmou que o policial estaria desconfiado da traição da namorada com alguém da faculdade.
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De acordo com alunos, o homem seria marido de uma funcionária da biblioteca do Instituto de Medicina Social, e teria ido ameaçá-la motivado por ciúmes. A Polícia Militar foi acionada e o homem detido. O caso está sendo registrado na 18ª DP (Praça da Bandeira). O PM ficou em frente à delegacia, dentro de uma ambulância do Samu sendo medicado por mais de duas horas. Segundo um bombeiro, ele foi tratado com Diazepan, um ansiolítico. Mais dois seguranças da Uerj estiveram no local.
De acordo com a assessoria de imprensa da Uerj, o caso está sendo apurado. O órgão não soube informar se câmeras registraram o caso e se a suposta refém trabalha na instituição. Policiais militares permanecem na porta da instituição. A Polícia Civil tenta localizar a vítima para que ela preste depoimento.
Uma funcionária, que não quis se identificar, disse que a universidade esconde casos violentos que acontecem no prédio. "Eles abafam tudo. Já teve caso de suicídio e tentativa de suicídio. Hoje, vi muito movimento de seguranças. Eles estavam correndo pra lá e pra cá, mas eu não sabia do que se tratava", relatou.
Uma estudante contou que no local muitas pessoas entram armadas, já que não há revistas nos acessos das universidades. "Eu soube que a confusão aconteceu dentro da biblioteca", afirmou.
Os alunos da universidade também chegaram a usar as redes sociais para alertar sobre o risco. Em uma das postagens no Facebook, uma aluna disse: "Acabei de receber a informação de que tem alguém armado no 7º andar da Uerj. Quem estiver na Uerj. não vá pro 7º andar. Quem estiver pensando em ir pra Uerj hoje, simplesmente não vá".