Por paloma.savedra

Rio - Uma manifestação de funcionários que trabalham nas obras do Complexo Petroquímico do Rio de Janeiro (Comperj), em Itaboraí, interditou os dois sentidos da Ponte Rio-Niterói, no início da tarde desta terça-feira. O sentido Rio, o mais afetado, foi liberado às 13h50. Mais de 100 operários estão em passeata em direção ao Rio e o trânsito teve de ser interrompido pela concessionária CCR Ponte, que administra a via. Há congestionamento em diversos pontos do Rio e de Niterói.

Inicialmente, somente a pista sentido Rio tinha sido fechada, sendo o sentido contrário interditado posteriormente a pedido da Polícia Federal. Às 13h35, o sentido Niterói voltou a ser liberado. Os manifestantes teriam chegado ao local em dois ônibus e descido na altura do vão central. Por conta da passeata, a Secretaria de Estado de Transportes determinou reforço no serviço de barcas para atender à população. A medida será mantida até a liberação do fluxo de veículos na ponte.

Centenas de manifestantes fecham a Ponte Rio-NiteróiTwitter %40MarkFaro

Por conta do fechamento, o trânsito está dando um nó na Zona Portuária, Centro do Rio, Centro de Niterói e na BR-101. A Avenida Brasil tem reflexos, nas pistas sentido Centro, até a altura de Manguinhos. Também há lentidão na Via Binário, sentido Avenida Brasil, desde a Cidade do Samba. Na Linha Vermelha, o trânsito no sentido Centro está parado desde a Maré e no Viaduto do Gasômetro o trânsito também parou desde a Rodoviária Novo Rio. O Centro de Operações da Prefeitura do Rio pede aos motoristas que evitem trafegar pelo Centro.

Em Niterói, o trânsito também deu um nó. Além dos reflexos causados pela interdição na Ponte Rio-Niterói, outras duas manifestações estariam acontecendo no Centro cidade, uma delas organizada por garis da Companhia Municipal de Limpeza Urbana de Niterói (CLIN).

Protestos começaram em janeiro

Desde o início de janeiro, funcionários da Alumni, empresa terceirizada que trabalha no Complexo Petroquímico do Rio de Janeiro (Comperj), em Itaboraí, protestam contra a falta de pagamento de direitos trabalhistas e as demissões em massa. 

As manifestações ocupavam vias de Itaboraí, como o Trevo da Reta, e foram ganhando força com mais adeptos. Um dos protestos, contou com cerca de 3 mil pessoas, entre empregados e os funcionários demitidos em novembro e dezembro do ano passado – e que não receberam a última parcela do acordo feito no Ministério Público do Trabalho (MPT), para quitação das verbas rescisórias.

Pista sentido Rio da Ponte está fechada devido ao protesto dos funcionários das obras do ComperjReprodução TV Globo

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Na última quinta-feira, houve uma audiência de conciliação entre representantes da categoria, da Petrobras e da empresa Alumini no Tribunal Regional do Trabalho (TRT). A Petrobras alega que já quitou os pagamentos à empresa terceirizada, que não está pagando seus funcionários.

A sessão terminou sem acordo entre as partes e o juiz Andre Correa Figueira, Titular da Vara do Trabalho de Itaboraí, condenou a Alumini ao pagamento de verbas trabalhistas que somam quase R$ 14 milhões a trabalhadores do Comperj. Caso a terceirizada não quite as dívidas, a estatal, dona da obra terá de arcar com o montante.

A condenação abrange saldo de salário do mês de novembro, segunda parcela do décimo terceiro salário de 2014, terceira parcela de férias vencidas e terceira parcela relativa às verbas resilitórias de 469 empregados já dispensados, além de dano moral individual no valor de R$ 500,00 para cada trabalhador prejudicado. O pedido de indenização por dano moral coletivo de R$ 1 milhão, feito pelo MPT, foi julgado improcedente.

A decisão se deu em ação civil pública ajuizada pelo Ministério Público do Trabalho (MPT/RJ) e as partes ainda podem recorrer. 


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