Por felipe.martins

Rio - Em mais uma sexta-feira violenta no Rio de Janeiro, com direito a arrastão no Túnel Zuzu Angel, o secretário de Segurança Pública José Mariano Beltrame visitou a oficina de confecção de ovos de páscoa para moradores de comunidades pacificadas em mais uma tentativa, segundo o próprio, de mostrar que segurança pública não é apenas um "problema de polícia".

Beltrame visitou oficina de confecção de ovos de páscoaFernando Souza / Agência O Dia

Em entrevista exclusiva ao DIA durante a visita ao Centro de Capacitação da Masan, no Centro, Beltrame lamentou os episódios tanto do Zuzu Angel e do metrô, mas garantiu que as providências estão sendo tomadas para a captura dos criminosos.

"Infelizmente os arrastões fazem parte de um histórico de criminalidade do Rio de Janeiro que estamos tentando combater. No episódio do metrô, os bandidos já foram identificados. O do Zuzu Angel ocorreu após uma troca de tiros na Rocinha, um deles foi preso e vamos atrás dos demais", disse Beltrame.

Ao lado da esposa, Rita Paes, e do filho Francisco, de 5 anos, Beltrame cumprimentou jovens do Jacaré e do Santa Marta, selecionados nas Unidades de Polícia Pacificadora destas comunidades, e que aprendiam não apenas como fazer ovos de Páscoa, mas também a calcular o preço da mercadoria a ser vendida.

"São garotos que estão tendo uma perspectiva de vida que nunca foi dada a eles. Vim aqui hoje porque há anos grito que segurança pública é um problema de toda a sociedade. Tem a hora de reclamar e a de elogiar. Gostaria que isto se multiplicasse e outras empresas também oferecessem novas perspectivas para que outros jovens não tivessem apenas o crime como opção", disse Beltrame..

Dois destes jovens, Iago Perez e Jean Teixeira, de 14 e 15 anos, respectivamente, e moradores do Jacaré, adoraram a primeira experiência no mundo da gastronomia. Eles fazem parte da turma de 200 alunos que vão produzir e distribuir 5 mil ovos de páscoa nas comunidade pacificadas.

"Pô, é bom demais isso aqui. A gente faz aula de judô e muay thai na UPP e surgiu a chance de vir aqui aprender a fazer ovo de chocolate. Quando mais coisa a gente tiver para aprender, melhor", disse Iago.

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Responsável pelo recrutamentos deste jovens, o soldado Daniel Wilson, de 30 anos, 5 deles dentro da Polícia Militar, mostrava entusiasmo com o projeto.

"Essa é uma nova filosofia de trabalho, de fazer uma polícia de proximidade, para mudar a visão do morador e da sociedade em relação ao policial militar para que a gente possa transformar nossa realidade. Infelizmente ainda faltam empresas dispostas a fazer mais parcerias como esta, que seriam fundamentais no processo de pacificação", disse o soldado.

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