Por paloma.savedra

Rio - Seis ligações foram feitas ao Disque-Denúncia após a divulgação das imagens dos suspeitos de fazer arrastão na quarta-feira no Metrô Rio. As informações — que já foram repassadas para a Polícia Civil — foram fornecidas em menos de 24 horas ao serviço, depois que a fotos foram divulgadas pela 10ª DP (Botafogo). 

Polícia divulgou imagens de quadrilha suspeita de praticar arrastões no metrôDivulgação

O arrastou desta quarta-feira — que ocorreu 13 dias depois do mesmo crime ser cometido em uma composição da Linha 1 —  ocorreu entre as estações do Flamengo e Botafogo e fez sete vítimas, que registraram o crime na 10ª DP. De acordo com a Secretaria Estadual de Transportes, o assalto pode ter sido cometido pelo mesmo grupo. 

Uma das vítimas contou que embarcou na estação Uruguaiana, no Centro, com destino ao Catete, na Zona Sul. Após o fechamento das portas na estação Glória, os cinco bandidos anunciaram o assalto. Um deles, de cerca de 40 anos, estava armado com uma pistola. Os outros quatro aparentavam ter em média 20 anos.

"Eles estavam em dois grupos. No início estavam com o foco em pegar os celulares. Depois acabaram levando tudo que podiam. Foi tudo muito rápido, entre uma estação e outra. Não foram violentos", relembrou a vítima. Um outro passageiro, que também preferiu não se identificar, confirmou que o grupo era formado por cinco homens, um deles armado de pistola. Com medo, outras vítimas não quiseram falar com os jornalistas na saída da delegacia.

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Agentes do Metrô Rio estiveram na delegacia para acompanhar a ocorrência e transportar as vítimas para seus destinos. A concessionária Metrô Rio informou que "está auxiliando as investigações policiais e prestando apoio aos seus usuários."

Metrô vai instalar câmeras em composições antigas

Em nota, a concessionária Metrô Rio informou que, desde o último arrastão, no dia 12 deste mês, decidiu instalar câmeras adicionais nos trens antigos. As composições novas são as únicas que já possuem o equipamento.

Ainda segundo a empresa, também serão instaladas câmeras nos acessos das estações para identificar suspeitos e reforçou o seu efetivo de segurança. Por lei, os agentes não trabalham com arma de fogo.

A empresa disse que o seu sistema de monitoramento possui 800 câmeras distribuídas entre as 36 estações. As câmeras geram imagens em tempo real e são monitoradas diretamente pelo Centro de Controle Operacional da concessionária.

Arrastão ocorreu no último dia 12

Ao todo quatro bandidos — sendo dois armados — roubaram, na noite do último dia 12, pelo menos 16 passageiros em uma composição do Metrô, entre as estações do Largo do Machado e Flamengo. Em poucos minutos, a quadrilha fez ameaças, roubou celulares, dinheiro, bolsas e laptop. As vítimas também registraram ocorrência na 10ª DP (Botafogo).

A composição de modelo antigo não tinha sistema de câmeras de segurança. A Polícia Civil solicitou a concessionária MetrôRio imagens da estação para tentar identificar os criminosos. As vítimas criaram um grupo no aplicativo WhatsApp, intitulado 'Assaltados da Linha 1'. Eles pretendia acionar a empresa na Justiça.

Para especialista, ladrões voltarão a agir nos vagões

Depois de mais um assalto no metrô, especialistas em Segurança Pública alertam para a necessidade de mudança de hábitos da população. “Era o último meio de transporte seguro, mas isso acabou. Os passageiros terão que mudar comportamentos como exibir celulares, principalmente no fim da noite, quando os vagões estão mais vazios”, orienta o ex-coronel da PM e fundador do Bope, Paulo César Amendola.

Ainda de acordo com o especialista, a utilização da Polícia Ferroviária Federal na segurança das estações seria a solução mais simples para inibir a ação de criminosos. “No entanto, só há 800 agentes no Brasil. Agentes à paisana nos vagões agiriam mais rápido para efetuar prisões”, acredita.

Segundo o antropólogo e ex-capitão do Bope, Paulo Storani, a Polícia Civil precisa prender rapidamente os criminosos. “Eles vão agir de novo, pois encontraram facilidade para roubar e há falhas na segurança”, disse.

Com informações de Diego Valdevino, Marcello Victor e Flora Castro

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