Por tiago.frederico

Rio - Para o reitor da Universidade do Estado do Rio de Janeiro (Uerj), Ricardo Vieiralves, o apoio de alunos da instituição aos desalojados da Favela do Metrô foi uma "associação perigosa". Nesta quinta-feira, estudantes deixaram uma assembleia que ocorria no campus do Maracanã para se unir aos moradores da comunidade em protesto contra as demolições realizadas pela Prefeitura do Rio. Após tumulto e confusão, os manifestantes tentaram se abrigar no prédio da universidade, porém foram impedidos, dando início a um quebra-quebra.

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Em comunidado oficial publicado, na manhã desta sexta-feira, Vieiralves afirma que "havia uma convocação de falanges políticias para uma ação violenta ontem". O reitor repete ainda o mesmo argumento da última semana, quando fechou a instituição por acreditar que havia "um recrutamento de agentes externos à nossa comunidade para 'crescer' o ato".

Nesta sexta-feira, na entrada da Uerj, ainda há sinais do violento protesto na noite anteriorSeverino Silva / Agência O Dia

"Foram chamados adolescentes que vivem nas ruas; membros da denominada 'favela do metrô', que estavam em litígio com a Prefeitura do Rio; e pessoas que 'agem' na passarela do metrô e no entorno do Maracanã", diz o reitor da Uerj.

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No comunicado, ele também fala em feridos, "especialmente entre os servidores da Uerj que trabalham com segurança", de depredações e violência no campus. "A Uerj estava cheia, como sempre. Aulas, eventos acadêmicos, inclusive um seminário internacional, e reuniões políticas", afirma.

Segundo ele, "houve uma concentração no estacionamento com cerca de 200 pessoas". "Armados com barra de ferro, madeira, pedras e bombas iniciaram a ação destruindo a portaria central da nossa universidade e ameaçando a integridade do patrimônio de toda a Uerj e de todas as pessoas que ali estavam", alega.

Seguranças montam barricadas para impedir entrada de manifestantes no interior do principal prédio da universidadeWhatsApp O DIA (98762-8248)

A "ação violenta", segundo Vieiralves só foi controlada "com água" após quatro horas. Ainda de acordo com o retiro, "a administração da Uerj, por imposição da lei, instaurará inquérito administrativo para a apuração de responsabilidade individual sobre os dois atos; as lesões corporais graves e o dano ao patrimônio público". O caso foi registrado na 18ª DP (Praça da Bandeira).

Clique aqui para ler o comunicado de Vieiralves na íntegra

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