Por paulo.gomes

Rio - Com diversas faixas, moradores da Favela do Metrô fecham parcialmente, pela segunda vez na manhã desta sexta-feira, a Rua São Francisco Xavier, na altura da Mangueira. Agentes da CET-Rio orientam os motoristas no local e, de acordo com o Centro de Operações da Prefeitura, há retenções. Não há registro de confronto.

A Radial Oeste foi fechada diversas vezes na noite de quinta-feira, por conta do protesto contra as demolições na Favela do Metrô, pela manhã. Houve confronto entre os manifestantes e PMs do Batalhão de Choque (BPChq), que foi acionado para conter a manifestação e utilizou balas de borracha e gás lacrimogêneo. A confusão se estendeu até o campus da Uerj, invadido por parte dos manifestantes. Por conta do problema, a segurança na universidade está reforçada nesta sexta-feira.

Alunos ficaram sitiados dentro da universidade e acabaram vítimas das armas não letais e jatos d’água atirados pela segurança da instituição para tentar evitar que manifestantes invadissem o prédio. Na confusão, instalações da Uerj foram destruídas. Os alunos relataram momentos de pânico.

Seguranças montaram barricadas para impedir entrada de manifestantes no interior do principal prédio da Uerj durante a manifestação de quinta-feiraWhatsApp O DIA (98762-8248)

“Estamos presos dentro do campus, reféns de gás e balas de borracha, além dos jatos d’água. A situação é muito grave. Tem aluno passando mal por causa do cheiro forte”, contou a estudante de Comunicação Social Hara Flaeschen, de 20 anos.

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Durante a manhã de quinta, a Secretaria municipal de Ordem Pública (Seop) demoliu três construções na Favela do Metrô. Os prédios, de três e dois andares, estavam abandonados e condenados por vistorias técnicas realizadas pelo órgão. Segundo o 4ºBPM (São Cristóvão), o clima era tenso entre os moradores, polícia e a Guarda Municipal desde cedo. Alguns manifestantes jogaram pedras contra os policiais e em ônibus que circulavam na região.

GALERIA: Desocupação da Favela do Metrô termina em confronto

A manifestação mais violenta, porém, começou por volta de 17h45. Os moradores querem evitar que o prédio onde funciona uma igreja seja demolido. Na última quarta-feira, um ferro-velho com problemas estruturais no prédio e que funcionava sem alvará também foi derrubado no local, em outra ação do município contra a desordem na comunidade.

A prefeitura quer remover a Favela do Metrô e prometeu aos comerciantes instalados no local construir um centro automotivo.

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