Por paulo.gomes
Rio - A quadrilha que agia em Niterói, na Região Metropolitana, fraudando autonomias de táxis foi desmantelada com a prisão de 19 pessoas. A ação rendia ao bando cerca de R$ 27 milhões por ano. Na edição do dia 24 de maio deste ano, O DIA Niterói já havia denunciado a fraude, em que 600 táxis estariam circulando de forma irregular na cidade. Segundo o promotor do Grupo de Atuação Especial de Combate ao Crime Organizado (Gaeco) do MP, Sérgio Luis Lopes Pereira, há indícios de que parte desse dinheiro financie campanhas politicas no município.
Segundo o delegado da Corregedoria-Geral Unificada (CGU), Luiz Augusto Braga (com o microfone), as investigações tiveram início em marçoEstefan Radovicz / Agência O Dia

"As investigações, temos depoimento nesse sentido, que determinava que parte do dinheiro arrecadado com o esquema ia para financiar campanhas políticas. Isso vai ser melhor detalhado agora que conseguimos desmantelar a organização e a investigação prossegue. Mas tinha um componente até pela necessidade deles terem apoio político para se manterem nos cargos e permanecer a frente da organização criminosa", disse o promotor, nesta quinta-feira, durante entrevista coletiva na Cidade da Polícia, no Jacarezinho.

VEJA MAIS
Publicidade
Publicidade
Entre os presos, estão Roberto Carlos Brito da Costa e Alexander Soares Shroeder. Eles são funcionários da Subsecretaria de Transportes de Niterói e apontados como os líderes do grupo. Segundo o delegado da Corregedoria-Geral Unificada (CGU), Luiz Augusto Braga, as investigações tiveram início em março após denúncias de taxistas que trabalham legalmente.
Publicidade
"A operação começou em março deste ano, após vários taxistas legais decidiram denunciar a ação dos piratas, já que muitos viram seus números nos táxis piratas. Alguns taxistas tentaram se manifestar, mas foram ameaçados de morte", revela.
Como O DIA Niterói revelou em sua edição do dia 24 de maio, cerca de 600 táxis circulam de forma irregular em NiteróiEstefan Radovicz / Agência O Dia

A quadrilha agia desde de 2010, utilizando permissões de táxis que estavam suspensas, principalmente em razão da morte do motorista permissionário. A prática era adotada até janeiro daquele ano, quando o então subsecretário de Transportes de Niterói, Adhemar José Melo Reis, foi assassinado.

"As investigações ligam a morte de Adhemar Reis a seus esforços em combater as irregularidades na falsificação de autonomia de táxis. Me chamou a atenção que os criminosos estavam instalados no prédio que levava o nome do subsecretário morto", diz o promotor Sérgio Luis.
Publicidade
Reportagem de Clara Vieira