Por gabriela.mattos

Rio - O nadador norte-americano James Feigen pagou a multa de R$ 35 mil, no início da noite desta sexta-feira, por falsa comunicação de crime. Ele, Ryan Lochte, Gunnar Bentz e Jack Conger inventaram que foram assaltados após saírem de uma festa na Lagoa, na Zona Sul do Rio, no último domingo. De acordo com informações do Tribunal de Justiça do Rio de Janeiro (TJ-RJ), o dinheiro foi doado ao Instituto Reação, na Cidade de Deus, Zona Oeste do Rio, onde a medalhista Rafaela Silva treina. Feigen já foi liberado para voltar aos Estados Unidos.

Bentz e Conger deixaram o país na noite desta quinta-feira. Eles admitiram à polícia que não sofreram assalto à mão armada, no último domingo, ao saírem de uma festa na Lagoa, na Zona Sul. O valor da multa será convertido em material esportivo doado para o Instituto Reação, na Rocinha, na Zona Sul, do qual a judoca medalhista de ouro Rafaela Silva faz parte.

Vídeo mostra nadador chegando à Vila com pertences que teriam sido roubadosReprodução Vídeo

Na verdade, de acordo com o chefe da Polícia Civil, Fernando Veloso, a dupla, o medalhista olímpico Ryan Lotche e James Feigen se envolveram em uma confusão em um posto de gasolina, na Barra da Tijuca, Zona Oeste. Lotche já tinha retornado ao país na última segunda-feira.

Na tarde desta quinta-feira, depois de saírem da Delegacia Especial da Apoio ao Turista (Deat) após mais de 4h de depoimento, Bentz e Conger foram vaiados e hostilizados. "Mentirosos, canalhas, vocês são uma vergonha", gritaram populares, em inglês.

Relembre o caso

De acordo com investigadores, a dupla, o medalhista olímpico Ryan Lotche e James Feigen, saíram de uma festa na Casa da França, na Lagoa, e pegaram um táxi às 5h50 do último domingo. Eles pediram para parar no posto de gasolina Shell, na Avenida Armando Lombardi, número 370, no Jardim Oceânico, para ir ao banheiro.

Câmeras do circuito interno mostraram que um dos nadadores ficou irritado ao saber que o banheiro não ficava dentro da loja de conveniência. Ele quebrou uma porta do estabelecimento a chutes, além de depredar outros objetos. "Não houve roubo da forma relatada pelos atletas, eles não foram vítimas", disse o chefe de polícia.

Funcionários do posto afirmaram que os atletas pagaram cerca de R$ 160 para o conserto dos danos. Veloso descartou a possibilidade de os nadadores terem sofrido algum tipo de extorsão. Inicialmente, os atletas contaram que tinham sido roubados. No entanto, o caso apresentou versões contraditórias durante a semana. 

Veloso afirmou que as responsabilidades de Lotche e Feigen serão analisadas antes de concluir o inquérito. Além disso, ele ressaltou que ainda não é possível dizer quais crimes os atletas podem ser acusados. Os outros dois são testemunhas do caso.

O chefe da Polícia Civil contou que um desses nadadores disse que o mais exaltado era Lotche e que estavam "sob efeito de bebida alcoólica". "Com a notícia de que estavam embarcando mesmo tendo sido convocados para depor, indica que não queriam colaborar com a investigação", reforçou o delegado.

Veloso enfatizou ainda que os nadadores precisam se desculpar com os cariocas. "Aqui ninguém usa sapato de bico fino e nariz de palhaço. As desculpas que devem ser dadas não são à polícia, mas ao carioca por terem feito esta versão fantasiosa", disse o delegado, em resposta às críticas de que a polícia estaria fazendo um "circo" sobre o caso.

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