Por luana.benedito

Rio - O ex-governador Sérgio Cabral, o ex-assessor da Casa Civil do Rio Ary Filho, e Carlos Miranda, um dos operadores financeiros do esquema, foram denunciados pelo crime de lavagem de dinheiro pelo Ministério Público Federal (MPF) à 7ª Vara Federal, nesta terça-feira. Ary também foi denunciado por pertencer à organização criminosa. Ele é apontado como integrante do esquema de desvio de recursos públicos liderado por Cabral e investigado pela força-tarefa da Lava Jato no Rio.

Sérgio CabralRodrigo Leal Felix / Gazeta do Povo

De acordo com o MPF, os crimes de lavagem de dinheiro cometidos pelo grupo foram descobertos a partir de uma colaboração premiada, em que foram apresentadas provas de transações no valor de R$ 10,17 milhões, ocorridas entre 30 de agosto de 2007 e 28 de setembro de 2015. Os conjuntos de atos de lavagem de dinheiro narrados tinham por objetivo converter os recursos de propina em ativos de aparência lícita e/ou distanciar ainda mais de sua origem ilícita o dinheiro derivado de crimes de corrupção praticados pela organização criminosa.

Além dos R$ 3,4 milhões pagos à GRALC/LRG Agropecuária a título de consultoria, a denúncia revela que os integrantes do esquema ocultaram a propriedade de um Camaro 2SS Conversível, avaliado em R$ 222,5 mil e de uma Grand Cherokee Limited, avaliada em R$ 212,8 mil, bem como de sete imóveis no valor de R$ 6,3 milhões. Ary Filho era o responsável pela entrega do dinheiro em espécie, que depois era utilizado pelos colaboradores para pagar os serviços de fachada e adquirir os carros e imóveis em nome de suas próprias empresas.

A nova denúncia do MPF aponta ainda que Cabral, Ary Filho e Carlos Miranda se valeram de três formas distintas para promover a lavagem de ativos em 148 oportunidades: transferências bancárias de empresas de um colaborador para a empresa GRALC/LRG Agropecuária, de propriedade de Carlos Miranda, com a justificativa de prestação de serviços de consultoria inexistente; compra de veículos para a organização criminosa pelas empresas de um colaborador; compra de imóveis da organização criminosa pela empresa de um colaborador.

“A denúncia versa sobre crimes de pertinência a organização criminosa e de lavagem de dinheiro cometidos no Brasil relacionado ao operador Ary Filho. Contudo, diante da grandiosidade do esquema criminoso, não esgota todos os crimes de lavagem de dinheiro cometidos no Brasil, nem tampouco todos os fatos praticados pelo grupo, que poderão ser objeto de novas denúncias”, explicam os procuradores que assinam a denúncia.

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