Por thiago.antunes

Rio - As invasões em favelas da Zona Norte e os ataques aos ônibus nas principais vias da cidade foram ordenados pelo conselho do Comando Vermelho, que reúne os principais chefes da facção criminosa, diretamente de presídios federais. A informação é do chefe de Polícia Civil, Carlos Augusto Leba, durante coletiva no Centro Integrado de Comando e Controle (CICC).

Os intensos tiroteios deixaram moradores e motoristas assustados na Cidade Alta e em bairros próximos à Avenida Brasil e à Rodovia Washington Luiz. Nove ônibus foram queimados e dois caminhões saqueados.

"Temos a confirmação que a ordem partiu desses chefes do Comando Vermelho, presos fora do Rio. Oito grupos de vários pontos do Estado participaram dessa tentativa de retomada das favelas", disse Leba. Segundo ele, entre os grupos estão bandidos dos morros do Borel, Formiga, todas as favelas de Duque de Caxias, Salgueiro (São Gonçalo), Penha, Kelson's e Vila Cruzeiro.

Ainda de acordo com Leba, há a informação de empréstimos de armamento da Favela Nova Holanda, no Complexo da Maré, para o ataque. Conforme O DIA revelou no último domingo, o aluguel de armas na Maré é uma forma de lucro para o tráfico local. Também participaram da coletiva no CICC, o secretário de Segurança, Roberto Sá, o Comandante Geral da Polícia Militar, coronel Wolney Dias.

O secretário de Segurança Roberto Sá também disse que os ataques a ônibus e saques faziam parte do plano dos chefes da facção. No entanto, ele afirma que o mais importante foi a polícia ter conseguido prender 45 suspeitos e ter apreendido 48 armas no total, frustrando os planos dos criminosos.

"Não estamos tratando como corriqueiros os vandalismos ocorridos (queima de ônibus), mas isso não é mais importante para a sociedade que as prisões que a Polícia Militar realizou". Sá disse ainda que todos os presos serão encaminhados ainda hoje aos presídios do Complexo de Gericinó, em Bangu, na Zona Oeste, e amanhã será realizada uma audiência de custódia via teleconferência com os capturados. Tal procedimento é inédito e é um acerto da Secretaria de Segurança junto ao Tribunal de Justiça, devido ao grande número de prisões realizadas.


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