Cerca de 300 pessoas foram ao enterro do empresário Rubens Mesquita Alves, de 45 anos, na tarde deste sábado, no Cemitério do Caju, na Zona Portuária do Rio - Armando Paiva/ Agência O Dia
Cerca de 300 pessoas foram ao enterro do empresário Rubens Mesquita Alves, de 45 anos, na tarde deste sábado, no Cemitério do Caju, na Zona Portuária do RioArmando Paiva/ Agência O Dia
Por GUSTAVO RIBEIRO

Rio - Cerca de 300 pessoas foram ao enterro do empresário Rubens Mesquita Alves, de 45 anos, na tarde deste sábado, no Cemitério do Caju, na Zona Portuária do Rio. Rubens foi baleado na manhã de sexta-feira durante uma tentativa de assalto no Túnel Noel Rosa, em Vila Isabel, na Zona Norte. O motorista Jonathas de Queiroz Santos, de 33 anos, funcionário e amigo da vítima, disse que a família encontrou uma bala na parte de trás de carro. Segundo ele, houve omissão durante a perícia, que não encontrou o projétil.

"A bala vazou a poltrona do motorista e se alojou no banco de trás. Foi feita uma perícia dentro do túnel, mas por estar muito escuro, a bala não foi encontrada. O carro foi levado para a delegacia, mas mesmo assim, não identificaram o projétil", disse Jonathas.

A família acionou a Delegacia de Homicídios (DH), que teria informado a parentes que vai buscar o carro novamente para perícia neste domingo.

Procurada, a DH informou que o local do crime foi desfeito logo após o fato em razão do socorro da vítima. Durante a perícia técnica e realização da investigação preliminar não foram localizadas imagens de câmaras de segurança, nem tão pouco testemunhas que pudessem auxiliar na descrição da dinâmica do crime.

A Polícia Civil disse que as investigações estão em curso e que, caso seja necessário, outras perícias complementares serão realizadas visando levantar a trajetória do disparo para melhor compreensão da dinâmica do crime. A DH acrescentou que imagens de câmeras de segurança foram identificadas no acesso e saída do Túnel e já estão sendo analisadas na busca pela identificação dos autores.

Ainda segundo familiares, o tiro teria sido disparado de cima para baixo, atingindo o pescoço do empresário.

Nesta sexta-feira, Rubens foi levado para o Hospital Municipal Salgado Filho, no Méier, mas não resistiu aos ferimentos. Os criminosos não levaram nenhum pertence. O empresário deixou mulher, dois filhos e quatro enteados.  

A mulher do empresário, Claudia da Cunha, chorava inconformada durante o cortejo. "Não podia acontecer isso com ele. Não podia acontecer essa maldade com meu amor. Quem fez essa maldade? Quem fez essa maldade com ele?"

Amigos e parentes cantaram a oração de São Francisco durante o sepultamento e disseram que Rubens era muito querido por todos.

Amiga de infância do empresário, a médica Patrícia Faraco foi chamada a reconhecer o corpo no IML. "Ele tinha o sorriso mais largo que eu conhecia e o olhar mais brilhante. Os olhos eram os azuis mais lindos. Quando reconheci o corpo, não tinha mais aquele brilho. O olhar já estava esmaecido. Eu não aguento mais essa violência."

A presidente do Salgueiro, Regina Celi, foi com o filho, Renato Duran, se despedir do amigo no velório, que começou às 11h30 da manhã. Duran disse que a família aguarda o resultado da perícia e ainda não sabe se o empresário foi baleado enquanto tentava tirar o cinto de segurança no momento do assalto ou se foi baleado depois de sair do carro.

Regina lembrou que Rubens estava sempre com eles na quadra do Salgueiro.

O motorista Jonathas contou que Rubens, que morava na Tijuca, pensava em ir morar fora do Brasil com a família, para fugir da violência. "A gente crê que a justiça vai ser feita. O cara ajudou a criar meus filhos. Se eu tinha emprego, era por causa dele. Sexta passada a gente tirou foto comendo uma pizza. Tiraram a vida de um cara bom. Atiraram no cara covardemente. Como um túnel não tem uma câmera?", desabafou.  

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