Rio - Um homem foi morto durante uma tentativa de assalto no Túnel Noel Rosa, em Vila Isabel, na Zona Norte do Rio, na manhã desta sexta-feira. A vítima seguia no sentido Sampaio de carro quando teria sido abordada pelos criminosos, de acordo com o 6º BPM (Tijuca). Ele foi levado pelos bombeiros do bairro para o Hospital Municipal Salgado Filho, no Méier, mas não resistiu aos ferimentos.
O empresário Rubens Mesquita Pinto Alves, de 45 anos, foi atingido no pescoço por ocupantes de um veículo prata, por volta das 6h10. O disparo teria saído pelo tórax da vítima. O baleado chegou a sair do seu carro, um Toyota Ethios preto, mas caiu em seguida. Os bandidos, que seriam das comunidades Rato Molhado ou Jacaré, fugiram. Pertences do homem foram entregues pelos policiais para os familiares.
Durante o socorro do Corpo de Bombeiros, Rubens chegou a dizer para os militares: "Pelo amor de Deus, salvem a minha vida. Eu só quero criar meus filhos!." Ele deixa um casal de filhos, uma jovem de 22 anos e um rapaz de 17, e quatro enteados. A vítima morava na Tijuca, trabalhava com o pai no Ceasa, em Irajá, e estava a caminho do trabalho.
Ele era sócio em duas empresas na central de abastecimento: na Kifruti, que comercializa frutas, e na Nova Casbri, de comércio de ovos. Sérgio Coutuci, de 54 anos, amigo e sócio de Rubens, diz que ele era muito brincalhão.
"Hoje, pouco antes das 6h, ele mandou várias mensagens. Ele costumava chegar na Ceasa às 6h da manhã, fazia esse trajeto todos os dias, sempre morou na Tijuca. Ontem tinha feito um curso em Niterói, mandou mensagem à noite dizendo que o dia tinha sido muito maravilhoso. Éramos sócios há dois anos, ele era um cara ímpar, muito brincalhão", contou.
Familiares estiveram no Hospital Salgado Filho, muito abalados. A avó do empresário, de 90 anos, chegou a passar mal e desmaiou. Um outro parente, revoltado, gritava perguntando: "Cadê os direitos humanos?".
O empresário Leonardo Bruno, de 46 anos, era amigo de infância de Rubens. Ele disse que a violência do Rio está sem solução. "Infelizmente a polícia não tem o suporte. Hoje tem a intervenção, mas nada se resolve. Existe um jogo de empurra entre governo estadual e federal quando se trata de segurança. Não vemos mudança, são desculpas atrás de desculpas e o que nos resta é isso. A morte de um amigo, um parente. Todo mundo sabe a hora que os assaltos acontecem, o que falta é a vontade de mudar", criticou.
Viaturas do 6º BPM fizeram buscas na região, mas ainda não houve prisões relacionadas ao crime. Perícia da Delegacia de Homicídios (DH-Capital) foi acionada ao local do fato. A especializada vai investigar o caso.
*Alice Cravo é estagiária