Salários em dia só a partir de fevereiro de 2018, diz Pezão
Diante de tantas previsões, funcionalismo está incrédulo quanto às datas anunciadas
Assinatura do contrato foi publicada em edição extra do DO da União, ontem, e R$ 2 bilhões entram na conta do Rio em até três dias úteisMarcos Corrêa/PR
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Após longa espera do estado e dos servidores, o presidente Michel Temer e o ministro da Fazenda, Henrique Meirelles, enfim assinaram ontem o aval para o Rio receber o empréstimo de R$ 2,9 bilhões do BNP Paribas. O dinheiro será usado para pagar atrasados, como RAS da Segurança, 13º de 2016 e salários de outubro. Pelo menos R$ 2 bilhões entrarão no caixa na quarta-feira, dia 20, segundo o governador Luiz Fernando Pezão. Mas, ao contrário do que havia anunciado, nem tudo será acertado este ano. Pezão fez mais uma previsão, deixando servidores ainda mais desconfiados e indignados: agora, segundo ele, as dívidas, como novembro, só vão ser quitadas no ano que vem, até 20 de janeiro.
A nova previsão contrariou os funcionários, que estão cada dia mais incrédulos quanto às datas. Segundo Pezão, só a partir de fevereiro é que os salários não atrasarão mais.
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"O estado não quita todos os atrasados este ano. Paga 13° de 2016 e mais outubro. Novembro, dezembro (cujo pagamento é previsto para janeiro) e o 13° de 2017 serão quitados entre 15 e 20 de janeiro de 2018", declarou.
Questionado se haveria 'fôlego' suficiente no caixa para o pagamento de três folhas ao mesmo tempo, ele afirmou: "Trabalhamos para isso". "Nosso esforço era para resolver este ano, mas receberemos menos do que estava previsto (de R$ 3,5 bi, o crédito caiu para R$ 2,9 bi). Os R$ 900 milhões têm previsão para sair em 60 dias. Estamos negociando para sair em janeiro", explicou.
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Professora aposentada, Ieda Ribeiro, 77 anos, foi categórica: "Só vou acreditar quando o dinheiro cair na conta". Sem recursos suficientes, ela desistiu de marcar cirurgia de catarata neste mês. "Precisarei pagar anestesistas e outros custos que o plano de saúde só reembolsa depois", lamentou.
Ela disse que parte do salário paga o plano. E que, com a crise, mudou radicalmente o modo de vida. "Tirei minha neta da escola particular. Cortamos o lazer, como passeios, que são importantes para a saúde mental. Espero que esse sofrimento tenha fim".