Publicado 22/06/2022 11:47
Na Região dos Lagos, uma mulher que foi vítima de assédio em um ônibus intermunicipal que fazia a linha Bacaxá x Cabo Frio, na noite desta segunda-feira (20), viveu uma verdadeira peregrinação para tentar registrar o caso em uma delegacia.
O assédio aconteceu próximo à rodoviária de Araruama e, segundo a vítima, o homem que aparece no vídeo vestindo blusa branca foi o único do coletivo que a ajudou depois que ela alertou que estava sendo tocada por um senhor de aproximadamente 60 anos. “Ninguém fez nada, o motorista seguiu o caminho normal”, disse.
Além disso, a educadora denuncia o descaso e a dificuldade em registrar o caso em alguma delegacia. Primeiro, ela procurou a DEAM (Delegacia de Atendimento à Mulher) da 126ªDP, em Cabo Frio, mas disseram que não poderiam resolver nada ali pelo fato ter acontecido em Araruama.
Já na delegacia de Araruama (118ª DP), não tinha nenhuma policial feminina para atender a vítima, que teve que contar os detalhes do assédio a um policial que “tratou como uma coisa corriqueira, como se fosse uma coisa normal”, relata Jessyca Costa.
Ela ainda teve que pagar R45,00 em um pen drive para gravar as provas que estavam no celular dela.
“Hoje eu consigo entender porque muitas mulheres não denunciam, me senti maltratada, tive que gastar dinheiro. Eu não estava buscando um papel, estava buscando uma solução”, completou.
O assédio aconteceu próximo à rodoviária de Araruama e, segundo a vítima, o homem que aparece no vídeo vestindo blusa branca foi o único do coletivo que a ajudou depois que ela alertou que estava sendo tocada por um senhor de aproximadamente 60 anos. “Ninguém fez nada, o motorista seguiu o caminho normal”, disse.
Além disso, a educadora denuncia o descaso e a dificuldade em registrar o caso em alguma delegacia. Primeiro, ela procurou a DEAM (Delegacia de Atendimento à Mulher) da 126ªDP, em Cabo Frio, mas disseram que não poderiam resolver nada ali pelo fato ter acontecido em Araruama.
Já na delegacia de Araruama (118ª DP), não tinha nenhuma policial feminina para atender a vítima, que teve que contar os detalhes do assédio a um policial que “tratou como uma coisa corriqueira, como se fosse uma coisa normal”, relata Jessyca Costa.
Ela ainda teve que pagar R45,00 em um pen drive para gravar as provas que estavam no celular dela.
“Hoje eu consigo entender porque muitas mulheres não denunciam, me senti maltratada, tive que gastar dinheiro. Eu não estava buscando um papel, estava buscando uma solução”, completou.
Mesmo com aumento da violência contra a mulher, Região dos Lagos conta apenas com uma DEAM
A dificuldade enfrentada por Jessyca exemplifica o motivo pelo qual muitas mulheres desistem de denunciar casos como o dela. Entre 250 delegacias de polícia que possuem atendimento especializado à mulher (DEAM), existem apenas 15 no estado do Rio de Janeiro, o que equivale a 5,42%, segundo o Mapa das Delegacias feito pelo Portal AzMina. O número cai ainda mais quando o assunto é Região dos Lagos, onde existe apenas uma, que fica localizada em Cabo Frio. Contudo, quando se analisa os números de crimes contra pessoas do sexo feminino na localidade, percebe-se que a quantidade não condiz com a necessidade da população: desde o início do ano, sete mulheres já foram mortas, sendo a maioria por seus parceiros.
A dificuldade enfrentada por Jessyca exemplifica o motivo pelo qual muitas mulheres desistem de denunciar casos como o dela. Entre 250 delegacias de polícia que possuem atendimento especializado à mulher (DEAM), existem apenas 15 no estado do Rio de Janeiro, o que equivale a 5,42%, segundo o Mapa das Delegacias feito pelo Portal AzMina. O número cai ainda mais quando o assunto é Região dos Lagos, onde existe apenas uma, que fica localizada em Cabo Frio. Contudo, quando se analisa os números de crimes contra pessoas do sexo feminino na localidade, percebe-se que a quantidade não condiz com a necessidade da população: desde o início do ano, sete mulheres já foram mortas, sendo a maioria por seus parceiros.
Diante do alto índice, moradoras da Região dos Lagos mostram receio pelo aumento de crimes contra as mulheres pela localidade. Mesmo também existindo NUAMs (Núcleos de Atendimento à Mulher) em Araruama, Saquarema e Rio das Ostras, elas afirmam o número não é o suficiente para atender as sete cidades da Costa do Sol.
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