Por gabriela.mattos

Rio - O Ministério da Saúde investiga 3.935 casos suspeitos de microcefalia no País, segundo boletim emitido nesta quarta-feira pelo órgão, que mudou a forma de divulgar os casos da doença. Segundo o relatório, subiu de 41 para 508 o número de casos associados ao vírus Zika. Antes, a pasta anunciava todas as ocorrências comprovadas com Zika, através de exame. A partir de agora, será informado o total de casos confirmados e os relacionados com o vírus.

Do total, 2.106 foram identificados nos primeiros dois meses do ano. Em menos de uma semana, o aumento de registro foi de 201 casos. As notificações ocorreram no Rio de Janeiro e em mais 12 estados, com 108 óbitos por microcefalia após o parto ou durante a gestação. Na semana passada, eram 91 óbitos.

Alunos de São João de Meriti receberam a visita de militares da Marinha que orientaram sobre o AedesMarcelo Sayão / EFE

Ao todo, 5.280 casos suspeitos da doença foram registrados desde o início das investigações em outubro. Foram descartadas 837 notificações, por apresentarem exames normais, ou alterações no sistema nervoso central por causas não infecciosas.

Nesta quarta-feira, a Organização Mundial da Saúde (OMS) anunciou um plano estratégico de resposta à epidemia mundial de zika que prevê investimentos globais de US$ 56 milhões. O Brasil receberá a maior parte dos recursos. As ações previstas envolvem vigilância, campanhas, controle do mosquito, cuidados médicos e pesquisa. Outros R$ 500 milhões, de um fundo planejado para o Ebola, podem ser destinados ao combate da emergência internacional causada pelo transmissor Aedes aegypti.

No Rio de Janeiro, militares que participam da Campanha Nacional de Combate ao Aedes aegypti chegaram às escolas. Em São João de Meriti, na Baixada Fluminense, marinheiros e agentes de saúde orientaram estudantes para que repassem aos pais os cuidados que devem ser adotados para evitar a proliferação do mosquito da dengue, zika e chikungunya.

'Mosquitos' cercam Castro

O ministro da Saúde Marcelo Castro foi cercado, nesta quarta-feira na Câmara dos Deputados, em Brasília, por manifestantes vestidos de Aedes aegypti. O ministério explicou que como não hoube aumento nos casos de rubéola, sífilis e toxoplasmose, que também causam microcefalia, a hipótese mais provável é que o crescimento da doença esteja associado ao vírus Zika.

“A grande maioria dos casos de microcefalia foi causada pelo vírus”, afirmou Castro. Há confirmação de microcefalia em todos as regiões. O número de cidades atingidas pela epidemia subiu de 175 para 203 em uma semana.

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