Por rafael.souza

Brasília - A presidenta Dilma Rousseff está tentando manter o ministro da Justiça, José Eduardo Cardozo, em outro cargo no governo. Uma das possibilidades é a transferência do ministro para a Advocacia Geral da União (AGU), uma vez que o atual titular da pasta, Luís Inácio Adams, está de saída da equipe.

LEIA MAIS: Cardozo decide deixar o governo; ministro estaria sendo pressionado

Dilma Rousseff e José Eduardo CardozoDivulgação

Cardozo é hoje o ministro mais próximo de Dilma e ela quer preservá-lo no núcleo de decisões do governo. O ministro da Casa Civil, Jaques Wagner, indicou o procurador Wellington Cesar para o lugar de Cardozo na Justiça.

A decisão de Cardozo de entregar o cargo foi tomada neste domingo. A amigos, ele confidenciou não suportar mais a pressão do PT, seu partido, agravada depois que a Operação Lava Jato, da Polícia Federal, passou a investigar o ex-presidente Luiz Inácio Lula da Silva.

Cardozo participa de reunião de coordenação com Dilma

A presidenta Dilma coordena na manhã desta segunda-feira, de reunião de coordenação política no Palácio do Planalto, que conta com a presença do ministro da Justiça, José Eduardo Cardozo. Ontem, cresceu a expectativa de que ele deixe o governo.

Pressionado pelo PT após rumores de que o ex-presidente Luiz Inácio Lula da Silva seria alvo de quebras de sigilos bancário, telefônico e fiscal no âmbito da Operação Lava Jato, Cardozo se sente injustiçado e resolveu entregar o cargo à presidente Dilma

Também participam do encontro, que começou às 9h40, os ministros Ricardo Berzoini (Secretaria de Governo); Edinho Silva (Secretaria de Comunicação); Jaques Wagner (Casa Civil); George Hilton (Esportes); Gilberto Occhi (Cidades); Eduardo Braga (Minas e Energia); André Figueiredo (Comunicações); Antônio Carlos Rodrigues (Transportes); Marcelo Castro (Saúde) e os líderes do governo no Congresso, José Pimentel (PT-CE), e no Senado, Humberto Costa (PT-PE).

Delegados da PF temem perda de autonomia com eventual saída de ministro

Os delegados da Polícia Federal manifestaram "extrema preocupação" com a saída do ministro da Justiça, José Eduardo Cardozo, do cargo, sobretudo, por temer que a mudança possa influenciar "a pouca, mas importante, autonomia" da PF.

Em nota, a categoria destaca que "os delegados da Polícia Federal receberam com extrema preocupação a notícia da iminente saída do Ministro da Justiça, José Eduardo Cardozo, em razões de pressões políticas para que controle os trabalhos da Polícia Federal" e "reiteram que defenderão a independência funcional para a livre condução da investigação criminal e adotarão todas as medidas para preservar a pouca, mas importante, autonomia que a instituição Polícia Federal conquistou".

Os delegados também ressaltam que, nesse cenário de grandes incertezas, "se torna urgente a inserção da autonomia funcional e financeira da PF no texto constitucional". A nota é assinada pela Associação Nacional dos Delegados de Polícia Federal, que ainda pede no documento "apoio do povo brasileiro para defender a Polícia Federal".

Você pode gostar