Brasília - A maior parte dos partidos na Câmara está reunida com suas bancadas para definir os nomes que serão indicados para compor a comissão especial que vai analisar o pedido de impeachmentda presidenta Dilma Rousseff. O presidente da Casa, Eduardo Cunha (PMDB-RJ), definiu um prazo até o meio-dia desta quinta-feira para que as listas sejam entregues.
O PMDB, dividido entre aliados e insatisfeitos com o governo, segue ainda sem definição. A legenda, sob a liderança de Leonardo Picciani (RJ), foi uma das responsáveis pelo estopim que paralisou todo o processo iniciado no ano passado, quando Picciani indicou parlamentares alinhados com o Planalto. Assessores garantem que não há mais questionamentos sobre o andamento ou não do processo, mas afirmam que o espírito é de apreensão. O PMDB tem direito a oito vagas na comissão.

PT também terá oito vagas de titulares na comissão. Os deputados indicados na primeira lista eram Sibá Machado (PT-AC), Henrique Fontana (PT-RS), Arlindo Chinaglia (PT-SP), José Guimarães (PT-CE), Paulo Teixeira (PT-SP), Wadih Damous (PT-RJ), José Mentor (PT-SP) e Vicente Cândido (PT-SP). O atual líder do partido, Afonso Florence (BA), decidiu esperar a solenidade de nomeação dos novos ministros, no Palácio do Planalto, para divulgar a nova relação.
A comissão do impeachment será formada por 65 deputados titulares e outros 65 suplentes indicados pelos respectivos líderes das bancadas, de acordo com o tamanho dos partidos na Câmara. Com a janela partidária que permite até esta sexta-feira a troca de legendas, sem sanções para os parlamentares, a Mesa Diretora da Casa redistribuiu o número de vagas. Para evitar questionamentos jurídicos, a redistribuição foi feita entre todos os partidos, evitando que uma vaga de partidos que perderam a representação na Câmara, como PNM e PTC, que estão sem deputados, ficasse dentro do bloco do qual participavam. Para ser eleita, a chapa precisará da maioria simples dos votos, desde que votem no mínimo 257 deputados
Com menos polêmicas internas, PSDB confirmou os nomes que já tinham sido indicados: Carlos Sampaio (SP), líder do partido na Casa, Bruno Covas (SP), Nilson Leitão (MT), Paulo Abi-Ackel (MG), Valdir Rossoni (PR) e Shéridan (RR). O DEM também confirmou os nomes de Mendonça Filho (PE), Rodrigo Maia (RJ) e Elmar Nascimento (BA).
Na mesma linha, o PSB confirmou nomes que estavam na lista apresentada no ano passado, quando a comissão chegou a ser eleita e anulada por questionamentos em torno das chapas avulsas, não indicadas pelos líderes. Pelo PSB, estão os deputados Bebeto (BA), Tadeu Alencar (CE), Danilo Fortes (CE) e Fernando Bezerra (PE).
Ala governista do PMDB terá maioria na comissão especial do impeachment na Câmara
A ala governista do PMDB terá maioria na comissão especial do impeachment da presidente Dilma Rousseff na Câmara. Após acordo fechado nesta quinta, a bancada decidiu que o grupo pró-impeachment terá apenas três das oito vagas titulares que o partido terá direito a indicar para o colegiado.
Da ala pró-impeachment, serão indicados os deputados Lúcio Vieira Lima (BA), Mauro Mariani (SC) e Osmar Terra (RS). Já as cinco vagas do grupo governista do PMDB serão ocupadas pelos deputados Leonardo Picciani (RJ), líder do partido na Casa, Washington Reis (RJ), José Priante (PA), João Marcelo (MA) e Valtenir Pereira (MT).
Apesar de ter minoria nas vagas titulares, no acordo fechado nesta quinta-feira ficou estabelecido que as alas pró-impeachment e governista do PMDB terão igual número de vagas de suplentes. Ou seja, cada grupo terá direito a indicar quatro suplentes.