Por rafael.souza

Brasília - Começou na manhã desta segunda, a última reunião da comissão especial do impeachment, que encerrará seus trabalhos hoje com a votação do relatório de Jovair Arantes (PTB-GO) pela admissibilidade do processo de afastamento da presidente Dilma Rousseff. A comissão começou o dia com discussão entre os parlamentares sobre o registro de presença dos suplentes.

O presidente da Comissão Especial do Impeachment da Câmara dos Deputados, Rogério Rosso (PSD-DF), usou uma oração cristã para abrir a sessão de votação. Em uma Casa que representa o povo brasileiro em um Estado oficialmente laico, Rosso, que segue a religião católica, recitou a oração de São Francisco de Assis após seu discurso de abertura da sessão, acompanhado de "amém dos deputados presentes", boa parte deles parte de bancadas religiosas na Câmara.

O deputado Rogério Rosso%3A um dos poderosos nomes da bancada religiosa da CâmaraAntônio Cruz/ Agência Brasil - 05.04.16

Pela programação anunciada pelo presidente da comissão, deputado Rogério Rosso (PSD-DF), o relator poderá se manifestar por 20 minutos. Na sequência será a vez do advogado-geral da União, ministro José Eduardo Cardozo, se dirigir aos membros da comissão. 

Após o discurso de Cardozo, Rosso reservou um tempo para responder às três questões de ordem pendentes. Um questionamento se refere ao critério de desempate, outro sobre voto do suplente e o terceiro é sobre a modalidade de votação. Rosso disse que exercerá o direito de voto. 

A sessão para votação deve durar todo o dia. Os 25 líderes partidários poderão discursar por até 10 minutos. Regimentalmente, o tempo de cada líder é definido conforme o tamanho das bancadas, mas Rosso deve oferecer o mesmo tempo para todos. 

A votação em si acontecerá só no final da tarde e, para ser aprovado, o relatório de Jovair precisa ter apenas maioria simples, ou seja, 33 votos. Em caso de falta de titulares, Rosso reiterou que valerá o voto do suplente do bloco, e não do partido, que registrou presença primeiro. 

No início da sessão, Rosso criticou a construção de um muro separando a Esplanada dos Ministérios e o crescimento da intolerância entre grupos contrários. O deputado disse que independente do resultado do impeachment, as forças precisam se unir para vencer as crises. "Não é hora de construirmos muros", afirmou.


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