Brasília - Começou na manhã desta segunda, a última reunião da comissão especial do impeachment, que encerrará seus trabalhos hoje com a votação do relatório de Jovair Arantes (PTB-GO) pela admissibilidade do processo de afastamento da presidente Dilma Rousseff. A comissão começou o dia com discussão entre os parlamentares sobre o registro de presença dos suplentes.
O presidente da Comissão Especial do Impeachment da Câmara dos Deputados, Rogério Rosso (PSD-DF), usou uma oração cristã para abrir a sessão de votação. Em uma Casa que representa o povo brasileiro em um Estado oficialmente laico, Rosso, que segue a religião católica, recitou a oração de São Francisco de Assis após seu discurso de abertura da sessão, acompanhado de "amém dos deputados presentes", boa parte deles parte de bancadas religiosas na Câmara.
Pela programação anunciada pelo presidente da comissão, deputado Rogério Rosso (PSD-DF), o relator poderá se manifestar por 20 minutos. Na sequência será a vez do advogado-geral da União, ministro José Eduardo Cardozo, se dirigir aos membros da comissão.
Após o discurso de Cardozo, Rosso reservou um tempo para responder às três questões de ordem pendentes. Um questionamento se refere ao critério de desempate, outro sobre voto do suplente e o terceiro é sobre a modalidade de votação. Rosso disse que exercerá o direito de voto.
A sessão para votação deve durar todo o dia. Os 25 líderes partidários poderão discursar por até 10 minutos. Regimentalmente, o tempo de cada líder é definido conforme o tamanho das bancadas, mas Rosso deve oferecer o mesmo tempo para todos.
A votação em si acontecerá só no final da tarde e, para ser aprovado, o relatório de Jovair precisa ter apenas maioria simples, ou seja, 33 votos. Em caso de falta de titulares, Rosso reiterou que valerá o voto do suplente do bloco, e não do partido, que registrou presença primeiro.
No início da sessão, Rosso criticou a construção de um muro separando a Esplanada dos Ministérios e o crescimento da intolerância entre grupos contrários. O deputado disse que independente do resultado do impeachment, as forças precisam se unir para vencer as crises. "Não é hora de construirmos muros", afirmou.