São Paulo - O ex-médico Roger Abdelmassih, de 72 anos, foi indiciado novamente pela suspeita de ter cometido mais crimes de estupro e de manipulação genética irregular. Mais 37 pacientes teriam sido abusadas de 1990 a 2008. Ele já está preso em Tremembé, no interior de São Paulo, condenado a 182 anos de prisão por estupro de outras 37 pacientes. Com isso, o número de vítimas sobe para 74.
O novo inquérito foi concluído em março pela Polícia Civil e está com o Poder Judiciário, onde corre sob segredo. O material leva em consideração um período de cinco anos a mais (1990 a 1995) do que o que levou o médico para cadeia. A explicação é que muitas pacientes só apresentaram queixas contra depois que ele foi para a cadeia.
Apesar de ter sido condenado em 2010 a 278 anos de prisão, o acusado não foi preso graças a um habeas corpus do Superior Tribunal de Justiça (STJ) que deu a ele o direito de responder ao processo em liberdade. Em 2011, porém, a decisão foi revogada.
O ex-médico, porém, não se apresentou à Justiça e passou a ser considerado o foragido mais procurado do Brasil. Ele só foi achado pela Polícia Federal, em 2014, no Paraguai. E acabou preso, mas com a pena reduzida para 182 anos.
Todas as pacientes procuraram Abdelmassih para se submeterem a tratamento de fertilização “in vitro” e engravidar. Há casos de mães que perderam os filhos ou de crianças que nasceram com deficiências.
Nos depoimentos dados à Polícia Civil, ao menos 30 mulheres disseram que foram beijadas e acariciadas à força.
Uma das vítimas contou que que foi obrigada a fazer sexo, quando estava voltando da anestesia. Outra acha que sofreu sexo anal enquanto dormia na mesa ginecológica. Todos esses relatos configuram, pela lei atual, que elas foram vítimas de estupro. Outras três clientes denunciaram a manipulação genética, além do estupro.
Mesmo com a condenação de 182 anos de cadeia, pela lei brasileira, nenhuma pessoa pode ficar presa por mais de 30 anos. O ex-médico sempre negou ter cometido os estupros. Ele chegou a declarar que as mulheres que o acusavam estavam loucas.
Com agências