Rio - A Polícia Federal (PF) e o Ministério Público Federal (MPF) deflagraram na manhã desta quinta-feira, a Operação Saqueador que investiga lavagem de R$ 370 milhões. A ação prendeu o contraventor Carlos Augusto de Almeida Ramos, conhecido como Carlinhos Cachoeira em Goiânia, em sua casa em um condomínio de luxo Alphaville Cruzeiro do Sul, em Brasília. Na mesma operação, o ex-diretor da Delta Construções Cláudio Abreu também foi detido. São alvos da ação a Delta Construções, o empresário Fernando Cavendish e o lobista Adir Assad.
Cachoeira, Cláudio Abreu e todos os detidos seguirão ainda nesta manhã para a sede da Polícia Federal, no Rio de Janeiro.
Cerca 100 policiais cumprem 20 mandados de busca e apreensão. A Polícia Federal cumpre 5 mandados de busca e apreensão e 5 mandados de prisão preventiva no Rio de Janeiro. Já em São Paulo e Goiás os agentes cumprem apenas mandados de prisão. No Rio, foi apreendido um cofre no apartamento de Fernando Cavendish. O empresário estaria fora do País e já é considerado foragido pela justiça. Até o momento, 3 pessoas já foram presas.
A Operação Saqueador
As investigações da PF duraram cerca de três anos e começaram a partir do envio de documentação pela Comissão Mista Parlamentar de Inquérito instaurada no ano de 2012 para investigar um grupo que atuava em Goiás.
De acordo com a Polícia Federal, "foram verificados, até o momento, fortes indícios de transferências milionárias de recursos de referida empresa de engenharia para sociedades de fachada, possivelmente desviados de obras públicas. Para comprovação de tais desvios, está sendo realizada perícia contábil-financeira na sociedade investigada".
De acordo com a Polícia Federal, a apuração levou ao indiciamento de 29 pessoas suspeitas de desvios de recursos federais destinados para diversas obras públicas. Com base no Inquérito Policial da PF, 23 pessoas foram denunciadas pelo Ministério Público Federal (MPF).
"O material foi imprescindível para o início das investigações na medida em que tais informações nominaram as empresas de fachada que supostamente recebiam valores desviados da pessoa jurídica investigada no presente apuratório", aponta a Federal.
O investigados poderão responder pelo crime de lavagem de dinheiro, formação de quadrilha, corrupção ativa e passiva, peculato, entre outros.
Monte Carlo
Carlinhos Cachoeira chegou a ser preso em 2012 na Operação Monte Carlo acusado liderar uma quadrilha de jogos de azar em Goiás e no Distrito Federal. A ação desmontou uma quadrilha de jogos de azar liderada por Cachoeira, que mantinha contato e teria se beneficiado da relação com autoridades como o ex-senador Demóstenes Torres, que chegou a ser cassado devido ao seu envolvimento com o grupo. Cachoeira é alvo de diversos processos criminais na Justiça e já foi condenado a mais de 39 anos de prisão.