Por caio.belandi

Brasília - O deputado Chico Alencar (PSOL-RJ) pediu a palavra e anunciou, na tarde desta quarta-feira, no plenário da Câmara, a prisão do deputado cassado Eduardo Cunha (PMDB-RJ). Adversário político de Cunha, o deputado do PSOL disse esperar que o peemedebista tenha amplo direito de defesa durante o processo.

Não houve manifestações - nem contra nem a favor - enquanto o deputado fazia o anúncio.

A ordem de prisão de Cunha partiu do juiz Sérgio Moro, responsável pela Operação Lava Jato na primeira instância. O peemedebista estava perto do prédio onde mora em Brasília quando foi abordado pelos policiais. Ele será levado para Curitiba.

Para líder do PT no Senado, prisão pode afetar governo federal

O líder da oposição, senador Lindbergh Farias (PT-RJ), disse torcer por uma delação e afirmou que, caso aconteça, o governo de Michel Temer não irá resistir. "Acaba de ser preso Eduardo Cunha. E eu, sinceramente, espero que ele faça uma delação. Se ele fizer uma delação, esse governo de Michel Temer não se sustenta por um dia", anunciou Lindbergh ao plenário lotado, que votava uma medida provisória.

O senador também registrou que a prisão de Eduardo Cunha procedeu de forma diferente de outras ações da Lava Jato. "Essas ações da Lava Jato aconteceram com grande cobertura midiática. Dessa vez, não aconteceu. Espero que seja uma mudança de procedimento", afirmou. Segundo o senador, ações que envolvem membros do PT são anteriormente avisadas para a imprensa e acontecem no início da manhã.

Presidente da CCJ fala em 'queda da República'

Presidente da Comissão de Constituição e Justiça (CCJ) da Câmara, o deputado federal Osmar Serraglio (PMDB-PR) disse nesta quarta-feira, 19, que a prisão do ex-deputado Eduardo Cunha (PMDB-RJ) representa a "queda da República" brasileira. "É a queda da República", afirmou ao ser informado no plenário da Casa, pela reportagem, sobre a prisão preventiva do correligionário. A detenção de Cunha foi decretada nesta quarta-feira pelo juiz federal Sérgio Moro, que conduz as investigações da Operação Lava Jato na primeira instância.

Serraglio foi escolhido presidente da CCJ para o ano legislativo de 2016 por articulação de Cunha, quando o peemedebista ainda era presidente da Câmara. O parlamentar conseguiu o posto após fazer acordo com Rodrigo Pacheco (PMDB-MG), que também queria ser presidente da comissão.

Você pode gostar