Por rafael.nascimento

Rio Branco - Foram identificados os corpos dos quatro detentos mortos na rebelião no Complexo Penitenciário Francisco D’Oliveira Conde, em Rio Branco, no Acre. A confusão começou na última quinta-feira nos pavilhões J, L e K presídio. Os corpos foram reconhecidos por familiares na tarde desta sexta-feira no Instituto Médico Legal (IML) da capital acriana. 

A confusão começou durante a entrega de marmitas no presídio. Na ocasião, os presos se rebelaram e tomaram conta de três pavilhões da FOC. Agentes do Batalhão de Operações Especiais (Bope) entraram na unidade e, inicialmente, conseguiram retomar os pavilhões L e K. O Pavilhão J foi o último a ser controlado.

Os mortos foram identificados como sendo Benevenuto Lima, de 27 anos; Antônio Carlos Alves da Rocha Filho, 22; Cleidson Silva de Souza, de 30 e Edson Silva de Almeida, de 25. 

Detentos mortos no Complexo Penitenciário Francisco D’Oliveira Conde. Da esquerda para a direita%3A Benevenuto Lima%2C Antônio Carlos%2C Cleidson Silva e Edson Silva de AlmeidaDivulgação

Segundo o Governo do Acre, a rebelião aconteceu após um confronto entre facções criminosas que além de deixar quatro mortos, feriu 20 pessoas. Membros do Primeiro Comando da Capital (PCC) se aliaram à quadrilha local Bonde dos 13 contra o Comando Vermelho (CV). 

Dois agentes penitenciários foram presos, acusados de ceder intencionalmente duas armas aos detentos. A Justiça determinou que o Governo do Estado separe os presos ligados às três facções criminosas.

Segundo o governo, o conflito entre facções criminosas e os homicídios dentro dos presídios são uma ação nacional e as 27 unidades da federação estão em alerta. No último domingo, pelo menos 10 presos foram mortos na Penitenciária Agrícola de Monte Cristo, em Boa Vista, Roraima. O secretário de Justiça e Cidadania de Roraima, Uziel de Castro, também atribui a rebelião a uma guerra entre as facções, Primeiro Comando da Capital (PCC) e Comando Vermelho.

Na segunda-feira, oito detentos morreram asfixiados durante rebelião ocorrida na Penitenciária Ênio dos Santos Pinheiro, em Porto Velho, em Rondônia, também ocasionada por confronto entre facções, segundo o governo.

Tiroteio

Na terça-feira, também no Acre, houve tiroteio na Unidade Penitenciária 04, em Rio Branco, quando os detentos do regime semiaberto chegavam para dormir na unidade e foram surpreendidos por homens armados que os abordaram na entrada da penitenciária. Os agentes penitenciários reagiram e, junto com a Polícia Militar, controlaram a situação.

Segundo o governo acriano, o policiamento ostensivo nas ruas foi intensificado com o objetivo de encontrar pessoas ligadas à facções vindas de outros estados, como Rio de Janeiro e São Paulo. A polícia prendeu ainda dois agentes penitenciários suspeitos de fornecerem armas a detentos.

O ministro da Justiça, Alexandre de Moraes, já declarou que reduzir a superlotação do sistema carcerário seria uma das formas de combater as causas das rebeliões em presídios e disse que o governo está recolhendo informações para fazer uma avaliação do que está acontecendo dentro das cadeias de vários estados. O governo federal deve propor um mutirão para rever a situação de cerca de 100 mil presos provisórios em todo o país.

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