Por caio.belandi
Brasília - Uma mensagem apreendida por investigadores da Operação Lava Jato mostra que o empreiteiro Marcelo Odebrecht pediu ao ex-ministro Antonio Palocci "espaços" para o então secretário executivo da Controladoria-Geral da União (CGU) Luiz Navarro no primeiro governo de Dilma Rousseff.
O e-mail foi encaminhado por Marcelo Odebrecht a diretores da empresa no dia 20 de dezembro de 2010, a 12 dias de Dilma tomar posse para seu mandato inicial como presidente.
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Na mensagem, o ex-presidente da Odebrecht colou o conteúdo de um texto que enviaria a Palocci e no qual expressava seu interesse em ver Navarro no governo da petista.
Marcelo Odebrecht indicou nome para o governo DilmaGazeta do Povo

"Chefe, (...) não sei se você conhece Luiz Navarro, secretário executivo da Controladoria-Geral da União. A pessoa dele comandou de forma efetiva a CGU, e penso que isso é reconhecido de dentro e de fora do órgão. Acho que vale a pena você recebê-lo para avaliar como ele poderia se ajustar em espaços do novo governo", diz a mensagem do empreiteiro incluída no e-mail aos diretores.

Dentre os destinatários do e-mail está o ex-diretor de Relações Institucionais da Odebrecht Cláudio Melo Filho, um dos ex-executivos da empresa que fizeram delação premiada na Lava Jato. Em depoimentos, Melo Filho citou repasses para diversos políticos de vários partidos.

Ministro

Navarro foi mantido na secretaria executiva da CGU no governo Dilma. Em 2016, no segundo mandato da petista e já com o impeachment em curso, foi nomeado chefe do órgão que tinha status de ministério. Em maio do ano passado, na véspera de deixar o cargo, Dilma o nomeou conselheiro da Comissão de Ética da Presidência da República, posto em que ele ficará até 2019. O colegiado é responsável por instalar procedimentos para investigar a conduta de integrantes do Executivo. A comissão tem sete conselheiros, não remunerados.

O e-mail de Odebrecht com o pedido a Palocci ajudou a subsidiar o pedido de prisão do ex-ministro. Palocci foi detido em setembro, investigado por suas relações com a empreiteira. Ele é réu na Lava Jato por corrupção passiva e lavagem de dinheiro. Odebrecht está preso desde junho de 2015 e foi condenado no âmbito da operação.