Por thiago.antunes
Brasília - O ministro da Saúde, Ricardo Barros (PP-PR), comprou, em 2014, 50% de um terreno em Marialva (PR) que custou R$ 56 milhões. Na época, ele era secretário de Indústria e Comércio do Paraná e, ao se candidatar a deputado, declarou possuir bens no valor total de R$ 1,8 milhão.
A engenharia financeira que ele utilizou para conseguir bancar a compra foi bastante incomum. O então secretário declarou ao jornal Folha de São Paulo ter pegado um empréstimo de R$ 13 milhões com a empresa que comprou a outra parte do terreno, a Paysage. Segundo o ministro, o empréstimo foi quitado com a venda de duas microempresas de sua propriedade criadas em 2013 e 2014.
Ministro da Saúde comprou área por R%24 56 milhões tendo declarado patrimônio de R%24 1%2C8 milhãoMarcelo Casal Jr / Agencia Brasil

Para completar o enredo, em 2015, os antigos proprietários do terreno cobraram na Justiça uma dívida de R$ 7,5 milhões dos compradores. A Paysage também se repsonsabilizou pelo pagamento desse valor. A partir de 2016, Barros passou a aparecer em documentos como 'fiador' e não mais como 'proprietário’ do terreno.

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Antes disso, em 2015, já eleito deputado, Barros apoiou uma emenda que previa a construção de uma rodovia que passaria a três quilômetros do seu terreno.
Barros diz que não houve irregularidade no negócio do terreno e que o apoio à construção da estrada se deu “pela importância da obra viária para a região”. A obra, no entanto, ainda não saiu do papel. No local do terreno, foi implantado um condomínio e 60 lotes já foram vendidos.