Por thiago.antunes

Brasília - O senador Aécio Neves (PSDB-MG) engrossou o coro tucano na tentativa de relativizar a importância do crime de Caixa 2 em campanhas eleitorais. Em jantar na madrugada de quinta-feira, em um restaurante de Brasília, ao qual compareceram vários políticos, inclusive o presidente Michel Temer, Aécio, citado na delação do executivo Claudio Melo Filho como beneficiário de recursos do “departamento de propina” da Odebrecht, disse que “é preciso salvar a política”. 

“Um cara que ganhou dinheiro na Petrobras não pode ser (considerado) a mesma coisa que aquele que ganhou cem pratas para se eleger”, defendeu o senador, numa mesa com oito pessoas, segundo relato do jornal Folha de São Paulo. Aécio participava da comemoração pelos 50 anos de profissão do jornalista Ricardo Noblat.

Aécio%3A apontado como destinatário de R%24 15 milhões da OdebrechtEdilson Rodrigues/ Agência Senado

A insistência na diferenciação entre Caixa 2 e corrupção veio depois que o ex-presidente Fernando Henrique Cardoso, também do PSDB, em nota na qual defendia o próprio Aécio, divulgada na sexta-feira passada, procurou minimizar a gravidade do primeiro crime.

“Há uma diferença entre quem recebeu recursos de caixa 2 para financiamento de atividades político-eleitorais, erro que precisa ser reconhecido, reparado ou punido, daquele que obteve recursos para enriquecimento pessoal, crime puro e simples de corrupção”, disse o ex-presidente.

Em setembro do ano passado, houve uma tentativa de votar no Congresso uma anistia do Caixa 2 com o apoio do presidente da Câmara, Rodrigo Maia (DEM-RJ), e do então presidente do Senado, Renan Calheiros (PMDB-RR).

Padilha tem alta

Outro citado na delação de Claudio Melo Filho, o ministro-chefe da Casa Civil, Eliseu Padilha, recebeu alta médica da cirurgia que fez na próstata dia 27 de fevereiro.

A expectativa é que ele retorne ao trabalho na segunda-feira. O ministro está em licença médica desde 20 de fevereiro. Padilha, no entanto, está enfraquecido desde que o ex-auxiliar e amigo de Temer, José Yunes, disse que recebeu um “pacote” de um doleiro a pedido do hoje ministro, durante a campanha de 2014. 

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