São Paulo - O ex-presidente Luiz Inácio Lula da Silva será interrogado nesta terça-feira, a partir das 10h, na sede da Justiça Federal de Brasília. Esta será a primeira vez que Lula será questionado em juízo como réu numa ação penal relacionada à da Operação Lava Jato.
Na semana passada, o juiz federal Ricardo Augusto Soares Leite, da 10ª Vara Federal, negou pedido do ex-presidente para que fosse ouvido em São Bernardo do Campo (SP), por meio de videoconferência.
Acusados de "atrapalhar" as investigações da Lava Jato, também são réus da ação penal o pecuarista José Carlos Bumlai; o ex-senador Delcídio Amaral; o banqueiro André Santos Esteves; o ex-assessor de Delcídio, Diogo Ferreira Rodriguez; o advogado Edson Siqueira Ribeiro Filho, e o filho de Bumlai, Maurício. Os advogados dos réus e o representante do Ministério Público Federal, além do juiz Ricardo Leite, podem fazer perguntas para o ex-presidente.
Em acordo de delação premiada, Delcídio acusou Lula de participação na tentativa frustrada de impedir que Nestor Cerveró concluísse as tratativas com o Ministério Público para um acordo de delação premiada. Segundo o ex-senador, Lula foi o mandante de um esquema para tentar comprar o silêncio de Cerveró Delcídio disse ter procurado Maurício Bumlai, filho do pecuarista José Carlos Bumlai, e obtido repasses em dinheiro vivo. Delcídio também ofereceu ao filho de Cerveró uma mesada de R$ 50 mil, que seria financiada pelo banqueiro André Esteves, do BTG Pactual.
O caso levou à prisão de Delcídio em novembro de 2015. Ele foi solto em fevereiro de 2016 após firmar acordo de delação premiada. A Justiça Federal do DF aceitou denúncia contra os envolvidos em julho do ano passado.
Lula já está em Brasília. Ele participa esta noite da abertura do 12º Congresso Nacional dos Trabalhadores Rurais Agricultores e Agricultoras Familiares (12º CNTTR), que vai até o próximo dia 17.
O interrogatório do petista estava marcado inicialmente para 17 de fevereiro. Após a morte da ex-primeira-dama Marisa Letícia, mulher do petista, o juiz adiou o depoimento do ex-presidente para amanhã.