Brasília - Os casos de roubo de carga quase dobraram (86%) de 2011 para 2016. No ano passado, somaram 22 mil em todo o país, segundo estudo divulgado nesta quinta-feira pela Federação das Indústrias do Estado do Rio de Janeiro (Firjan).
O Rio de Janeiro é o segundo estado com maior incidência do crime (43,.7%), praticamente empatado com o primeiro, São Paulo (44,1%). Os registros no Rio dispararam 220% em cinco anos e chegaram a 9.862 casos em 2016.
Com isso, segundo o presidente da Firjan, Eduardo Eugênio Gouveia Vieira, as transportadoras têm exigido taxas extras nos produtos que têm como destino o estado — custo que é repassado ao consumidor. Vieira diz também que grandes empresas têm considerado deixar de enviar caminhões para o Rio. O aumento de custos na ponta do varejo, em alguns produtos, pode chegar a 30%, segundo a entidade.
“Outro impacto é o aumento da violência, já que o roubo de cargas é usado para financiar o tráfico”, diz o relatório da Firjan. Em 2016, os prejuízos com o crime chegaram ao recorde de mais de R$ 1,4 bilhão.
Diante disso, a Firjan lançou ontem um movimento, com apoio de 80 entidades empresariais, para combater o crime. Entre as propostas estão proibir o uso de bloqueadores de sinais de radiocomunicação e ter a atuação direta da Polícia Federal no combate às quadrilhas especializadas.