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Rio - Dois importantes parceiros comerciais anunciaram restrições à importação de carne brasileira, após a repercussão da Operação Carne Fraca, desencadeada pela Polícia Federal na última sexta-feira. A China afirmou que irá suspender o desembarque da carne do Brasil e a União Europeia pediu que empresas citadas sejam retiradas da lista de exportadores.
Uma nota do ministro da Agricultura, Blairo Maggi, confirmou que o país asiático pediu ao governo brasileiro explicações sobre a operação. "Até receber as informações, a China não desembarcará as carnes importadas do Brasil", destacou o ministro, na nota. De acordo com o comunicado, nesta segunda à noite, o ministro terá uma videoconferência com autoridades chinesas para prestar esclarecimentos.
A China foi a única a fazer comunicado oficial sobre o caso ao ministério. De acordo com informações do próprio ministério, a Coreia do Sul bloqueou apenas os embarques da BRF, que afirma não ter sido notificada de nenhum bloqueio.
Europeus pedem 'vigilância extra' e supensão das empresas
O porta-voz da Europa para assuntos de Saúde, Enrico Brivio, afirmou, também nesta segunda, numa coletiva de imprensa em Bruxelas, que o bloco exigirá que todas as empresas envolvidas no escândalo tenham seus produtos impedidos de entrar no mercado europeu.
Além disso, o bloco econômico também pede que os países-membros adotem "uma vigilância extra" ao tratar de qualquer produto brasileiro no setor de carnes. "Estamos em um processo para garantir que todos aqueles envolvidos na fraude não possam exportar para a Europa", disse, lembrando que Bruxelas manteve "intensos contatos diplomáticos com o Brasil" nos últimos dias para obter explicações.
Chile interrompe temporariamente importações
O governo do Chile anunciou, nesta segunda, a interrupção temporária de suas importações de carne do Brasil. De acordo com o ministério da Agricultura, a intenção é obter informações sobre se há frigoríficos autorizados a exportar para o Chile entre os alvos de suspeita.
O ministro da Agricultura chileno, Carlos Furche, disse à imprensa local que o governo analisa desde o sábado os impactos da investigação no setor no Brasil. Furche informou que 50% da carne consumida no Chile é importada e que, entre as carnes compradas do exterior, cerca de 30% são do Brasil. Segundo a autoridade, havia até o momento 52 frigoríficos de diferentes empresas com autorização para exportar ao Chile.
Com informações da Agência Estado