Rio - O Ministério da Agricultuta interditou três frigoríficos, na última sexta feira, após as denúncias de irregularidades em frigoríficos brasileiros divulgadas pela Polícia Federal pela operação "Carne Fraca".
Do total de 21 estabelecimentos investigados, 18 estão localizados no Paraná, dois em Goiás e um em Santa Catarina. Nos frigoríficos onde foram encontradas irregularidades, eram produzidas salsicha, mortadela, frango, chester e peru.
Unidade Brasil Foods (Mineiros - Goiás)
Produzem: frango, chester e peru (com foco na exportação)
De acordo com a decisão do juiz federal Marcos Josegrei da Silva, a PF pediu a interdição da unidade após ser constatada a exportação de carne contaminada. O juiz negou o pedido e encaminhou o caso ao Ministério da Agricultura, que anunciou a interdição na tarde desta sexta-feira.
O frigorífico teria pago propinas a fiscais agropecuários afim de evitar o fechamento da unidade. Dois funcionários da empresa tiveram sua prisão preventiva decretada e um vice-presidente foi alvo de condução coercitiva e busca e apreensão.
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Unidades Peccin Agro Industrial (Paraná e Santa Catarina)
Produzem: Salsicha e mortadela
Segundo informações da Justiça Federal, as duas unidades da empresa são acusadas de "armazenamento em temperaturas inadequadas, aproveitamento de partes do corpo de animais proibidas pela legislação, utilização de produtos químicos cancerígenos, produção de derivados com o uso de carnes contaminadas por bactérias e,até, putrefatas".
Ainda de acordo com o despacho do juiz federal, o estabelecimento pagava propina para fiscais agropecuários para conseguir laudos positivos em fiscalizações. Os donos da companhia, a família Piccin, teriam acesso diretos a líderes do esquema de corrupção, que poderiam vetar pareceres negativos à empresa em troca de propina.