Rio - Três países anunciaram neste sábado que vão voltar a comprar carne do Brasil. China, Chile e Egito decidiram suspender o embargo total à importação, mas mantiveram a proibição da entrada de produtos dos 21 frigoríficos investigados pela Operação Carne Fraca, da Polícia Federal, deflagrada oito dias atrás. Estes produtos tiveram os certificados de exportação cassados pelo Ministério da Agricultura. Em nota, o presidente Michel Temer disse que a decisão é um “reconhecimento da confiabilidade do sistema de defesa agropecuária brasileiro”.
A China é um dos principais importadores de carnes do Brasil. Em 2016, comprou US$ 1,75 bilhão em carnes brasileiras. Já a União Europeia, que importou US$ 1,75 bilhão do Brasil ano passado, manteve a restrição para a carne brasileira dos estabelecimentos que são alvo da operação da PF. Outros quatro países, entre eles os Estados Unidos, reforçaram o controle sanitário para entrada do produto brasileiro.
O Serviço Agrícola e Pecuarista do Chile havia anunciado a suspensão temporária à importação de carne do Brasil até que fossem prestados esclarecimentos sobre o caso. O órgão chileno justificou que a decisão de voltar atrás foi tomada após ter recebido explicações do Ministério da Agricultura e Pecuária do Brasil em resposta ao pedido de informações detalhadas sobre as investigações. O Chile informou que poderá suspender as importações de qualquer outro estabelecimento que apareça posteriormente nas investigações.
A exemplo do Chile, o Egito e a China também mantiveram a proibição para a importação da carne dos frigoríficos investigados . Mais cedo, o Ministério da Agricultura havia anunciado a “reabertura total do mercado de carnes brasileiras” pela China.
O Egito havia imposto a proibição até que as autoridades brasileiras fornecessem esclarecimentos considerados satisfatórios. O Ministério da Agricultura egípcio declarou reconhecer a qualidade da carne brasileira após exames feitos por três diferentes órgãos governamentais. As investigações da PF apontam a existência de esquema criminoso que envolve empresários do agronegócio e fiscais agropecuários que facilitavam a emissão de certificados sanitários para alimentos inadequados para o consumo.
‘Confiança internacional’
Para Temer, o posicionamento chinês é “resultado do trabalho de esclarecimento empreendido pelo governo nos últimos dias com os parceiros comerciais”. Ele diz estar confiante de que outros países seguirão o exemplo da China. “Nosso país construiu grande reputação internacional neste segmento. É a confirmação de todo trabalho de esclarecimento (...) nestes últimos dias em todos os continentes”.
Sobre as medidas anunciadas por Egito e Chile, Temer e o ministro da Agricultura, Pecuária e Abastecimento, Blairo Maggi, registram que ‘corroboram a confiança da comunidade internacional no sistema de controle sanitário, que é robusto e reconhecido mundialmente”. E que o governo segue transmitindo aos parceiros comerciais as informações sobre a segurança dos alimentos produzidos no país.