São Paulo - Agentes da Delegacia Especializada em Armas, Munições e Explosivos (Desarme) do Rio, com apoio da Polícia Civil de São Paulo, prenderam nesta terça-feira a advogada e jornalista Luana de Almeida Domingos, conhecida como Luana Don, de 32 anos. Acusada de fazer a ligação entre a facção Primeiro Comando da Capital (PCC) e bandidos cariocas, ela estava escondida na casa de um tio, em Ilha Bela (SP).
Conhecida por ter sido repórter da RedeTV!, Luana era considerada uma das suspeitas mais procuradas de São Paulo, com recompensa de R$ 50 mil por informações que levassem à sua captura. Contra ela foram cumpridos mandados de prisão preventiva por corrupção ativa, organização criminosa e lavagem de dinheiro.
Segundo as investigações, Luana Don atuava como ‘avião do PCC’ ou ‘pombo-correio’. A Polícia Civil paulista informou que ela estava em uma organização chamada ‘sintonia dos gravatas’, responsável por transmitir as ordens da cúpula do PCC para bandidos no Rio de Janeiro. “Chegamos a ela após troca de informações com a Polícia Civil de São Paulo e com o desdobramento de investigações.
Investigações
A Desarme está atenta à movimentação de criminosos no eixo Rio-São Paulo”, explicou o delegado titular da especializada, Fabricio Oliveira. Em depoimento, Luana Don negou que tenha envolvimento com a facção de São Paulo. “Ela disse que está sendo vítima de uma injustiça e que trabalhou como advogada por dois meses”, disse o delegado Fabrício Oliveira.
Desde dezembro do ano passado, quando foi considerada foragida durante ações da Operação Ethos, que prendeu advogados ligados à facção de São Paulo, a repórter não aparece nas redes sociais. No Facebook, ela se definia como “advogada por profissão e apresentadora por paixão”.
R$ 5 mil pelo ‘serviço’
De acordo com as investigações da Polícia Civil paulista, Luana Don recebia R$ 5 mil por mês para ser ‘avião do PCC’. Ela, que trabalhou como repórter na RedeTV! de 2012 a 2015, estaria oficialmente desempregada desde dezembro de 2016.
Há um mês, informações davam conta de que Luana estaria escondida no Rio de Janeiro. Ela morou em São Conrado com um namorado. As suspeitas aumentaram pela suposta ligação do PCC com facções cariocas. Investigações da polícia para prender advogados que atuavam para o PCC começaram em 2015 depois da apreensão de uma carta suspeita em um presídio paulista.