Brasília - O presidente do Senado, Eunício Oliveira (PMDB-CE), anunciou, por volta das 12h30 desta terça-feira, a suspensão da sessão no plenário aberta para votar a reforma trabalhista. O anúncio foi feito por Eunício em pé, já que a senadora Fátima Bezerra (PT-RN) não desocupou a cadeira da presidência mesmo com a chegada do peemedebista ao plenário.
Por volta do meio-dia, o plenário já contava com 46 senadores presentes e a reforma já podia ser votada, mas o tumulto causado pelo protesto de oposicionistas impediu o prosseguimento da sessão. Ao anunciar a suspensão, Eunício recebeu apoio de senadores governistas e reação negativa dos parlamentares da oposição.
As luzes do plenário foram apagadas, na tentativa de cessar a confusão. Mas senadoras da oposição continuaram ocupando as cadeiras da mesa do Plenário. Durante a confusão, profissionais de imprensa e de assessorias parlamentares foram proibidas de entrar no plenário do Senado
Eunício havia chegado ao Senado por volta das 12h para a sessão de votação da reforma trabalhista. Mas a cadeira da presidência não foi desocupada pelas senadoras da oposição, que se revezam na presidência da Casa: Gleisi Hoffmann (PT-PR) e Fátima Bezerra. Eunício passou, então a conversar com vários senadores da oposição atrás da mesa diretora do Senado.
Líder do PT diz que sessão será transferida
O líder do PT no Senado, Lindbergh Farias (RJ), acusa a presidência da Casa de estar arrumando o auditório Petrônio Portela para transferir a votação da Reforma Trabalhista para o local. Para Lindbergh, esta opção apenas vai "radicalizar" mais a situação e o caminho adotado deveria ser o da negociação. Sob rumores de que a votação será transferida para o auditório, um grupo de cerca de 20 trabalhadores e sindicalistas estava concentrado por volta das 13h30 no local como forma de protesto.
Apesar de a visitação estar proibida nesta terça no Congresso, os manifestantes conseguiram entrar para participar de uma reunião da Comissão de Direitos Humanos (CDH) mais cedo. A oposição quer negociar para que seja liberada a presença de manifestantes nas galerias do plenário durante a votação.
Um cordão de isolamento foi feito próximo ao auditório pela Polícia Legislativa e a imprensa está proibida de entrar no local. Manifestantes pediam a entrada dos jornalistas e gritavam contra o governo do presidente Michel Temer e contra a reforma.