Por caio.belandi

São Paulo - O Tribunal de Justiça de São Paulo determinou a prisão de 30 policiais civis que atuam na cidade de São José dos Campos, no interior do estado, acusados de tráfico de drogas por meio de ligação com o Primeiro Comando da Capital (PCC).

A Secretaria Estadual da Segurança Pública (SSP) afirmou que os mandados ainda estão sendo cumpridos e que os detidos serão levados ao presídio da Polícia Civil. Além dos agentes, houve determinação da prisão de um ex-policial, uma advogada e quatro outros traficantes de drogas. 

A acusação é resultado de uma investigação conduzida pelo Ministério Público Estadual (MPE), que afirma ter identificado pagamentos de R$ 276,3 mil entre 2015 e 2017 para os policiais, que atuam em seis delegacias da Zona Sul da cidade. Mas a denúncia cita ainda casos em que traficantes presos eram "sequestrados" por policiais civis, que exigiam dinheiro para soltar criminosos presos.

A investigação, chamada "Boate Azul", se desenvolveu entre os meses de junho e novembro de 2016 e apurou a ação de integrantes do PCC no bairro Campo dos Alemães, em São José.  Os 30 policiais, todos eles identificados no processo, recebiam propina mensal ou quinzenalmente, de acordo com o MPE. 

Ao pedir a prisão da quadrilha, o MPE enviou à Justiça dez trechos de interceptações telefônicas em que traficantes citam, em conversas entre si, os pagamentos feitos a policiais civis. A denúncia cita ainda que, em uma diligência feita em um imóvel do traficante Cavalcante em Jacareí, cidade vizinha a São José, foram encontrados mais de 890 munições (balas) para as armas aprendidas no local (dois fuzis HK, um fuzil AR-15, duas espingardas e duas pistolas) e que "a maioria das munições pertencia a um lote adquirido pela Polícia Civil de São Paulo".

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