Rio - O presidente da Associação Brasileira dos Caminhoneiros (Abcam), José da Fonseca Lopes, disse na manhã desta segunda-feira que o momento agora é de que os caminhoneiros voltem às suas atividades. "Agora o pessoal ainda está dormindo, mas acredito que até o meio-dia tudo estará resolvido", afirmou em entrevista concedida à Rádio Eldorado. Lopes explicou que há grupos envolvidos nas manifestações que têm outras pretensões, diferente das dos caminhoneiros e da Abcam. Lopes também agradeceu o apoio da população à categoria, mas ressaltou que ainda há coisas a fazer e "reuniões internas para resolver". "Vamos colocar ordem nesse segmento que transporta o Brasil nas costas. Um segmento que antes não tinha o reconhecimento do governo, que estava em uma situação pior que um indigente. A partir de hoje, essa situação deve se resolver", disse ele. Na noite de domingo, Lopes pediu que motoristas que protestam nas rodovias em todo o Brasil "levantem acampamento e sigam a vida" após a publicação das medidas anunciadas pelo presidente Michel Temer no Diário Oficial da União. Para Fonseca, com as medidas publicadas, a regularização do abastecimento ocorrerá "de oito a dez dias para normalizar, para fluir a oferta de carga". "Peço aos que estão nos mais de 500 pontos na estradas que, se amanhã segunda-feira, 28) todos os pontos estiverem publicados no Diário Oficial, que os companheiros levantem acampamento e sigam a vida", disse o presidente da Abcam após a reunião no Palácio do Planalto. Fonseca Lopes foi um dos dois líderes dos caminhoneiros que abandonaram a reunião na quinta-feira que resultou no primeiro acordo - insuficiente para acabar com o protesto nas estradas. Questionado sobre como assegura a saída dos caminhoneiros das estradas, Fonseca disse que a "decisão depende dos motoristas". "Mas quero fazer um apelo a todo mundo que segurou o movimento até agora", disse. "Eles sabem que chegou o momento de fazer isso", completou, ao lembrar que o acordo firmado no domingo foi maior que o pedido, já que terá a redução de R$ 0,46 por litro de diesel por 60 dias. Depois, os reajustes serão mensais.