Delegado Amadeu Trevisan deu coletiva de imprensa sobre os depoimentos do caso do jogador Daniel Corrêa FreitasReprodução/ Facebook
Por O Dia
Publicado 06/11/2018 15:24 | Atualizado 07/11/2018 13:40

Rio - O delegado responsável pela investigação do caso do jogador Daniel Corrêa Freitas, assassinado pelo empresário Edison Brittes, disse que todos que participaram da morte do ex-meia do São Paulo, Botafogo e Coritiba serão indiciados por homicídio qualificado. A mulher de Edison, Cristiana Brittes, a filha, Alana Brittes, e o empresário também responderão por tentativa de coação de testemunhas. Segundo o delegado, outros três convidados da festa participaram do crime.

O delegado de São José dos Pinhais, no Paraná, onde o corpo de Daniel foi encontrado no último dia 27, disse que ouvirá quatro testemunhas importantes a partir das 15 horas desta tarde. "São pessoas que estavam na casa após a balada", disse Amadeu Trevisan.

O laudo de dosagem alcoólica apontou que o jogador estava com 13,4 dg/l de álcool no sangue. Portanto, estava embriagado, mas não havia usado drogas. Pela impossibilidade de defesa, odelegado disse que os suspeitos serão indiciados por homicídio qualificado. "A vítima estava totalmente indefesa pela quantidade de álcool no corpo. Além disso,quatro pessoas dominaram a vítima: o David, o Eduardo, o Igor e o Edison", justificou.

Além disso, o delegado considera que os envolvidos tiveram tempo para desistirem de cometer o crime. "O crime iniciou-se naquela manhã, mas o Edison teve tempo para pensar, não foi violenta emoção. E outra, violenta emoção (seria) dele, do marido. E os outros que participaram? A violenta emoção não se transmite, é apenas do marido. Os demais participaram para que o resultado ocorrese", disse.

Em coletiva de imprensa na manhã desta terça-feira, Trevisan disse que deve ouvir Edison na manhã de quarta-feira. O empresário era esperado na manhã desta terça-feira, mas seu advogado não compareceu à delegacia o que impediu o depoimento. Trevisan disse na coletiva que pretende perguntar ao empresário o que aconteceu com o celular do jogador. "Segundo informações eles teriam queimado celular e roupas", disse.

Na terça-feira, Cristiana e Alana Brittes prestaram depoimentos. O delegado disse que ouvir as duas foi importante para o esclarecimento do caso. "Tudo que elas disseram já era esperado, mas acontece que a gente precisa ter isso documentado." Trevisan acrescentou que não divulgará o teor dos depoimentos que serão encaminhado ao Poder Judiciário.

O delegado disse ainda que a família Brittes tentou coagir uma das testemunhas, o Lucas, conhecido como Mineiro, em um shopping na segunda-feira. "No shopping, Edison pede ao Mineiro para que fechem uma história só. Eles queriam tirar algumas pessoas que estavam dentro da casa do rol de testemunhas." A versão que a família queria sustentar, inicialmente, era de que o jogador teria saído de manhã da casa ao ver que o portão estava aberto.

"A famíia Brittes está mentindo com certeza. Mudaram versão, tentaram modificar a primeira história numa fraude processual. Vamos demonstrar melhor isso com as testemunha na parte da tarde (desta terça)", acrescentou.

O delegado disse também existir "discrepância entre o que Edison e a família falaram sobre a morte do jogador". "Allana disse que ela colocou pijama na mãe, o Edison disse que foi ele. A filha disse que ao voltar da festa encontrou a mãe dançando sobre a mesa", comentou. Em seu depoimento, feito na última segunda-feira, Cristiana disse que dormia e acordou "com Daniel apenas de cueca".

A filha de Edison, Alana Brittes disse na terça-feira em depoimento que o jogador se mexia, mas não falava, quando foi colocado no porta-malas do carro conduzido pelo seu pai, no que o delegado concluiu que ele ainda estava vivo. Alana também disse que além do pai, três convidados participaram das agressões.

Cristiana, Allana e Edison Brittes estão presos. O delegado espera concluir o inquérito até o fim do mês. "Estamos caminhando para a reconstrução do que realmente aconteceu". Ele disse que vai imputar homicídio qualificado a Edison, Alana e Cristiana Brittes, além dos outros três convidados que participaram da ação. "Eles deverão responder perante o tribunal do júri. Todos que participaram até agora só sairão da delegacia através da Justiça", reforçou. 

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