Publicado 09/05/2019 14:58
São Paulo - O ex-presidente da República Michel Temer se entregou nesta quinta-feira na Superintendência da Polícia Federal em São Paulo. Na quarta-feira o Tribunal Regional Federal da 2ª Região (TRF2), com sede no Rio de Janeiro, suspendeu os habeas corpus do emedebista e do coronel João Baptista Lima Filho, seu amigo, que os mantinham em liberdade.
Temer saiu de casa, na Zona Oeste de São Paulo, às 14h41, em um carro preto, com vidros escuros, sentado no banco de trás. O veículo era acompanhado por outro, da escolta do ex-presidente, cercado por um grande número de fotógrafos, cinegrafistas e jornalistas.
Quando o veículo saiu da garagem, algumas pessoas que estavam na praça em frente à casa do ex-presidente gritaram "Temer ladrão".
A juíza federal substituta de Marcelo Bretas, que está de férias, na 7ª Vara do Rio de Janeiro, Caroline Figueiredo, concedeu ao ex-presidente Michel Temer (MDB) a possibilidade de se apresentar espontaneamente até às 17h desta quinta-feira.
Ao falar à imprensa na noite de quarta-feira, o ex-presidente antecipou que se apresentaria à PF. A 1ª Turma Especializada do TRF2 julgou o mérito dos habeas corpus na tarde de ontem.
O Tribunal determinou ainda a manutenção do habeas corpus concedido ao ex-ministro Moreira Franco (MDB), e outros cinco também investigados pelos crimes.
As defesas do ex-presidente e de Coronel Lima apresentaram um pedido de Habeas Corpus ao Superior Tribunal de Justiça.
As defesas de Temer e do coronel Lima pediram que eles possam se apresentar à Justiça, sem serem capturados. Abel Gomes disse que vai expedir novos mandados de prisão e que os dois poderão se apresentar nos locais em que preferirem.
Operação Descontaminação
Depois de terem sido presos na Operação Descontaminação, no dia 21 de março, Temer e o Coronel Lima foram soltos quatro dias depois, dia 25, em uma decisão liminar do desembargador Ivan Athié, que integra a 1ª Turma do TRF2 com mais dois desembargadores: Abel Gomes e Paulo Espírito Santo.
O ex-presidente é apontado como líder de um sofisticado esquema de corrupção que opera há mais de 40 anos, responsável, dentre outros crimes, pelo desvio do dinheiro que seria destinado à construção da usina nuclear Angra 3.
*Com Estadão Conteúdo
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