Em uma das conversas divulgadas pela revista Veja , essa registrada em 28 de abril de 2016, o coordenador da Força-Tarefa da Lava Jato, Deltan Dallagnol , diz à procuradora Laura Tessler que Sergio Moro teria o alertado para o fato de faltar uma informação na denúncia contra Zwi Skornicki – representante de estaleiro que pagou propinas a Petrobras. O alerta de Moro seria uma forma de ajudar um dos lados no processo.
"Laura no caso do Zwi, Moro disse que tem um depósito em favor do Musa e se for por lapso que não foi incluído ele disse que vai receber amanhã e da tempo. Só é bom avisar ele", diz Dallagnol. "Ih, vou ver", teria respondido a procuradora. A conversa resultou em mudança nos autos já que, no dia seguinte, o MPF incluiu um comprovante de depósito de 80 mil dólares feito por Skornicki a Musa. Minutos depois, Moro aceita e denúncia e, na sua decisão, comenta o exato documento que havia pedido para incluir na ação.
Por fim, outra revelação feita pela revista é a de que, de acordo com os vazamentos, Moro teria "cruzado a linha da imparcialidade" em relação aos acordos de delações fechados com o MPF. Afinal, no dia 5 de julho de 2017, Moro, em uma conversa privada com Dallagnol às 23h11, teria comentado e se posicionado a respeito de rumores de uma possível delação do ex-deputado e ex-presidente da Câmara Eduardo Cunha (MDB).
"Rumores de delação do Cunha... espero que não procedam", diz o então juiz. Dallagnol afirma que tudo não passa de rumores. "Só rumores. Não procedem. Cá entre nós, a primeira reunião com o advogado para receber anexos (nem sabemos o que virá) Acontecerá na próxima terça. estaremos presentes e acompanharemos tudo. Sempre que quiser, vou te colocando a par”, afirma o procurador. Moro, então, reforça seu posicionamento. "Agradeço se me manter (sic) informado. Sou contra, como sabe".