Natural de Minas Gerais, Campos também é morador de rua e vive na região da Mooca há cerca de 25 anos, de acordo com a investigação. Ele teria relação de proximidade com Carlos Roberto Vieira da Silva, de 39 anos, que foi queimado enquanto dormia. Socorrida ao hospital, a vítima não resistiu.
"Ele confessou e disse que realmente praticou a conduta criminosa", disse a delegada Silvana Sentieri Françolin, titular do 18º Distrito Policial. Segundo ela, Campos alegou ter sacado R$ 10 mil de uma poupança no fim de semana e só mostrado o dinheiro a Silva. Na manhã do crime, o valor teria sumido - motivo pelo qual presumiu ter sido furtado pelo colega.
A Polícia Civil, no entanto, não acredita na versão do investigado. Na análise dos investigadores, o valor seria alto para um morador de rua e também é acima do limite comum para saques em caixas eletrônicos. "Não é uma justificativa que nos convence", afirma o delegado Glaucis Vinicius Silva, titular do 56.º DP.
Para confirmar ou desmentir a versão, a polícia vai levantar se Campos tem conta bancária e se houve movimentação naquela data.
Se confirmada a motivação, o morador de rua deve ser indiciado por matar por motivo fútil. Para a polícia, o crime também envolveu as qualificadoras de meio cruel, uso de material combustível e recurso que impossibilitou a defesa da vítima.
Imagens de câmeras de segurança da região registraram o momento em que uma pessoa se aproxima de Silva e joga o que parece ser combustível sobre a vítima. Em seguida, uma explosão acontece e o agressor foge.
Outras mortes
Em outubro do ano passado, um morador de rua foi morto a pedradas em Ribeirão Preto, no interior paulista. Em julho, pelo menos três foram encontrados mortos em decorrência da onda de frio que atingiu a capital paulista.