Apesar da absolvição, os sete agentes e mais outros três integrantes da Polícia Militar (PM) continuam sendo investigados pela Polícia Civil na esfera da Justiça Comum.
Eles respondem em liberdade pelo crime de homicídio doloso, por suspeita de terem assassinado a tiros David, encontrado morto no dia 24 de abril numa comunidade em Osasco, na Grande São Paulo. Ao se defender do caso, os PMs alegam que o jovem foi morto em um tiroteio.
Se condenados, os PMs poderiam cumprir até 17 anos de prisão. Mas a maioria dos cinco juízes (sendo quatro militares) decidiu votar pela inocência de todos os sete policiais. Por 4 votos contra 1, o Conselho de Justiça Militar entendeu que faltavam provas para incriminar os policiais militares.
O caso
Em depoiemento, o motorista do aplicativo informou que o criminoso que o assaltou usava calça e tênis, mas David estava de usando bermuda e chinelos.
Ainda segundo o Ministério Público, ao invés de os policiais liberarem David, uma testemunha protegida contou ter visto o rapaz sair do carro da PM já numa outra comunidade, mas em Osasco. Ele usava a mesma bermuda e os mesmos chinelos. Em seguida foram escutados tiros.
"Dos cinco disparos que atingiram [David], o legista afirmou que estavam em plano superior à vítima. Então, vejam, há uma contradição entre os depoimentos e o laudo pericial", disse o promotor.
"A defesa entende que os crimes não ocorreram. Inexistência dos crimes, dos três delitos", afirmou um dos advogados dos policiais durante o julgamento.
Apesar da absolvição na Justiça Militar, a investigação policial ainda não terminou. O inquérito está sendo feito pelo Departamento Estadual de Homicídios e de Proteção à Pessoa (DHPP), que poderá ou não responsabilizar os PMs investigados pelo homicídio de David.
O caso será relatado ao Ministério Público (MP), que decidirá se vai oferecer ou não denúncia contra os agentes da PM. Se for a julgamento popular e condenação na Justiça, a pena para o crime de assassinato varia de 12 a 30 anos de prisão.