São Paulo - Depois de se encontrar com o presidente Jair Bolsonaro (sem partido), em uma reunião no Palácio do Planalto na tarde de segunda-feira, o governador do Espírito Santo, Renato Casagrande (PSB), afirmou que a atuação negacionista do presidente em relação à pandemia de Covid-19 (Sars-CoV-2) fará com que muitas pessoas não se vacinem.
“A negação à ciência pode atrapalhar o plano de imunizar os brasileiros. A posição do presidente vai fazer com que muita gente não se vacine. Essa negação à ciência pode causar mais demora para que o país atinja a imunidade de rebanho. Isso é uma preocupação a mais que temos” contou Casagrande à coluna de Bela Megale, no jornal O Globo. Segundo ele, Bolsonaro reafirmou no encontro que não tornará a vacina contra o novo coronavírus obrigatória.
O governador do Espírito Santo ainda relatou à coluna que "a maioria dos governadores não quer briga" e que o objetivo do grupo é resolver os problemas relativos à vacinação, porque o Brasil viverá um "verão desesperador", já que as pessoas não estão fazendo o isolamento social.
Governadores de diferentes estados se mostraram preocupados com o posicionamento do presidente, que desencadeou movimentos antivacina de seus apoiadores nas redes sociais. Segundo eles, as campanhas contra o imunizante vêm crescendo, enquanto se aproxima o momento da distribuição do medicamento para a população brasileira.
Bolsonaro tem adotado um comportamento ambíguo em relação à vacina recentemente. Nesta segunda, em uma declaração, ele destacou possíveis efeitos colaterais dos imunizantes e disse que pretende exigir um termo de responsabilidade de quem for vacinado. No mesmo dia, contudo, confirmou ao governador do Espírito Santo que assinará uma Medida Provisória de R$ 20 bilhões para compras de quaisquer vacinas, incluindo a Coronavac, desenvolvida pelo Instituto Butantan em parceria com a farmacêutica chinesa Sinovac Life Science.