Enem  - Reprodução/Internet
Enem Reprodução/Internet
Por O Dia
Brasil - O tema mais comentado de 2020 pode constar na prova do Exame Nacional do Ensino Médio (Enem), e os candidatos devem estar preparados. Vírus, vacinas, anticorpos e vários outros tópicos tão mencionados podem ter destaque na prova de Ciências da Natureza, que acontece presencialmente nos dias 17 e 24 deste mês. 

Dentre as 45 questões que envolvem Química, Biologia e Física, o professor de Biologia do Centro Educacional Anísio Teixeira, Felipe de Araújo, destaca alguns temas:

1. Epidemiologia
Um conceito que se faz muito necessário de ser sabido durante essa pandemia são os da Epidemiologia. No Ensino Médio são pessoalmente tratados em relação aos nomes, epidemia, pandemia e endemia. Acredito que questões do Enem podem trabalhar com isso, com a classificação de doenças do ponto de vista epidemiológico, seja ela pandêmica, epidêmica ou endêmica. A dengue, por exemplo, é uma doença endêmica; atualmente, a estamos passando por uma epidemia de sífilis; e temos a pandemia do coronavírus (covid-19). 

2. Funcionamento de uma vacina e saúde preventiva
Publicidade
Outros conceitos básicos e fundamentais de saúde que são trabalhados no ensino médio e que também podem ser abordados no ENEM tem a ver com o funcionamento da vacina: as origens que ela tem, a rapidez com que uma vacina contra covid19 está sendo produzida, - na verdade essa vacina está sendo produzida a partir de muitas pesquisas acumuladas pela comunidade científica ao longo de mais de dez anos. Sendo assim, já existe uma bagagem para construir qualquer outra vacina da covid.
É entender o mecanismo pelo qual age uma vacina no seu corpo, entender a vacina como um mecanismo importante de saúde pública, sendo a principal política de prevenção: entender o conceito de profilaxia ou de prevenção e também o funcionamento de uma vacina no corpo são tópicos importantes.

3. Genética molecular e mutação / 4. Microbiologia: vírus - estrutura, ciclo viral e doenças virais
Publicidade
“Quando falamos sobre vírus e sobre a ação do vírus no corpo, situações de pessoas com reincidência de Covid19, estamos falando sobre mutações no DNA e variedades genéticas de um de um tipo de vírus. E antes mesmo de chegar na estrutura viral, no estudo da estrutura viral em si, cabe o estudo do mecanismo genético e do das mutações desse mecanismo genético, do DNA, que é universal.

5. Higiene e saúde: estrutura viral e ação de sabão
Entender como o vírus é transmitido e como se proteger, ou seja, mecanismos preventivos ou profiláticos. Os vírus podem ser transmitidos, seja pelo ar, como covid, por vetores, como mosquito da dengue, no caso da dengue ou da ou da chikungunya ou da febre amarela, ele pode ser transmitido pelo contato sexual, como o HIV, o HPV e a herpes e eh eh outros outras formas de contágio. E aí o sabão, ou sabonete ou outros desinfetantes, eles tem uma ação sobre a cápsula do vírus, desagregando a estrutura do vírus. Uma questão poderia ser feita a partir deste tópico, em função da ação dos sabões e desinfetantes na no capítulo viral. 

6. Transcrição, tradução de RNA e a Transcriptase Reversa

Cabe também o estudo da síntese de proteínas, que é um fenômeno absolutamente universal. Os vírus também se aproveitam desse processo, usam esse processo parasitando células de hospedeiros. Existem algumas especificidades, que são os seis tipos principais de vírus São classificados em função do seu material genético e metabolismo. Alguns vídeos são DNA, alguns vídeos são RNA, alguns vírus tem capsídeos de determinadas características, outros com outras.
Publicidade
Uma estrutura bastante interessante é a presença da transcriptase reversa, que é uma enzima exclusivamente resistente no vírus HIV, em alguns outros casos, que ela faz um processo inverso ao da síntese de proteína, que é a transcrição e depois a tradução do RNA mensageiro. Esse tipo de questão de conteúdo, é um conteúdo também tem muito a ver com o vírus, também tem muito a ver com pandemia, inclusive questões que comparam o HIV com o covid, porque são duas pandemias virais sem cura ainda determinadas.

O coordenador de Biologia do Colégio Pensi, Eduardo Galves, também elencou alguns tópicos de estudos.

7. Geração de Imunidade inata e adaptativa contra a Covid-19
Esse é um dos temas mais cobrados no Enem. A imunidade inata é aquela que apresentamos desde o nascimento, como por exemplo, queratina da pele, ácido do estômago e células chamadas de ILCs. São barreiras genéricas e não geram memória. Já a imunidade adquirida é a que desenvolvemos durante a vida quando entramos em contato com antígenos. Nesse momento é que geramos os anticorpos e a memória imunológica.

8. Diferenças entre a COVID-19 e outras viroses. Ex.: Gripe
Publicidade
O SARS-COV-2 que causa a covid-19 é um vírus de RNA envelopado assim como o vírus da gripe comum (Influenza). A principal diferença é que os demais vírus causam sintomas muito rápido. Por isso foi mais fácil conter o H1N1 na pandemia de gripe A. No caso do vírus da covid-19, os sintomas demoram demais para aparecer, portanto as pessoas assintomáticas espalham o vírus sem saber.

9. Produção e funcionamento de soros e vacinas
Outro tema cobrado todo ano no Enem. Os soros representam uma imunização passiva por já conterem anticorpos contra os agentes patogênicos. Já as vacinas representam uma imunização ativa, ou seja, de alguma maneira estimulam o próprio organismo a produzir seus próprios anticorpos.

10. Relações ecológicas: parasitismo obrigatório causado por vírus
Publicidade
Os vírus são parasitas intracelulares obrigatórios. Isso quer dizer que sempre precisam estar dentro das células dos hospedeiros para fazer qualquer coisa. É nesse momento que as viroses causam os sintomas. Ou por controlar o mecanismo celular ou por provocar a própria morte da célula se reproduzindo.

11. Diferenças entre IgM e IgG
Esses são os dois principais anticorpos ou imunoglobulinas produzidos na covid-19. Mas quais são as principais diferenças? O IgM é o primeiro tipo de anticorpo produzido, mas ele não fica muito tempo no organismo. Já o IgG começa a ser produzido 15 dias depois do contato com o vírus e em geral é um anticorpo de longa duração, podendo durar mais de 10 anos. O problema é que na covid-19 não sabemos quanto tempo esse anticorpo está se mantendo ativo nas pessoas.