Os números consideram a desvalorização das ações na bolsa de valores e nas bolsas estrangeiras (onde são negociadas as ADRs, que são recibos de ações da empresa negociados nos Estados Unidos).
No Brasil, na noite de sexta-feira (19), a estatal tinha registrado um recuo de aproximadamente R$ 28,2 bilhões em valor de mercado e outros 30 bilhões com papéis no exterior. A informação foi compartilhada por banqueiros sob a condição de anonimato para a Folha de São Paulo e reproduzida pelo Valor.
Para dois dirigentes de bancos, as perdas superam aquelas provocadas pelos esquemas de corrupção investigados pela Lava Jato. Na época, o valor em mercado da estatal encolheu de aproximadamente R$ 310 bilhões para cerca de R$ 225 bilhões, o que seria uma perda de R$ 85 bilhões entre o período de 2014 até 2020.
Os banqueiros afirmam que a credibilidade da companhia pode sofrer risco. O derretimento das ações é mais rápido porque houve manobra do governo para intervir na política de preços dos combustíveis, o que pode comprometer o resultado esperado da empresa, bem como o retorno para os seus investidores.
A Petrobras anunciou nesta última quarta-feira (17) reajustes de 10,2% e 15,1% para gasolina (o quarto do ano) e diesel (terceiro de 2021), que começaram a valer nesta sexta (19).