A denúncia foi assinada pela subprocuradora-geral Lindôra Araújo e entregue ao Supremo Tribunal Federal no último dia 11. A peça acusa Chinaglia de solicitar R$ 10 milhões à Odebrecht em troca de apoio em contratos de interesse da empresa na região. O petista, listado como 'grisalho' no departamento de propinas da empreiteira, teria recebido R$ 8,7 milhões em 36 pagamentos feitos entre 2008 e 2014.
Eduardo Cunha teria intermediado os repasses da Odebrecht. O emedebista à época tinha influência sobre Furnas, principal sócia do consórcio que venceu o contrato para a construção da Usina de Santo Antônio, na região do Rio Madeira.
Chinaglia é acusado de corrupção passiva e lavagem de dinheiro. Cunha foi denunciado apenas por corrupção.
Os criminalistas Ticiano Figueiredo e Pedro Ivo Velloso, que defendem Cunha, afirmam que as acusações são inverossímeis. "A denúncia, baseada em delatores e planilhas oferecidas por estes, não narra absolutamente nada sobre o ex-deputado, tratando apenas de Arlindo Chinaglia - um de seus principais oponentes e em nome de quem jamais atuaria", afirmam.
"É no mínimo absurdo, totalmente inverossímil, que se acuse Eduardo Cunha de solicitar vantagem em benefício de adversário político, contra quem inclusive disputou a eleição para a presidência da Câmara. A denúncia, baseada em delatores e planilhas oferecidas por estes, não narra absolutamente nada sobre o ex-deputado, tratando apenas de Arlindo Chinaglia - um de seus principais oponentes e em nome de quem jamais atuaria. As dúvidas serão devidamente esclarecidas no curso da investigação para correção deste lamentável equívoco."