Publicado 05/05/2021 17:10
A audiência na CPI da Covid com o ex-ministro da Saúde Nelson Teich, nesta quarta-feira (5), teve de ser suspensa por alguns minutos após senadores aliados ao governo e senadoras representantes da bancada feminina iniciarem uma discussão.
Por não ter nenhuma mulher entre seus 18 titulares e suplentes da CPI da Covid, o presidente da comissão, Omar Aziz (PSD-AM), disse que faria uma “concessão” para que duas senadoras pudessem fazer perguntas durante as audiências. Essa decisão não agradou os governistas.
No momento em que a senadora Eliziane Gama (Cidadania-MA) foi chamada a fazer perguntas a Teich, o senador Ciro Nogueira (PP-PI), aliado ao governo, afirmou que não havia acordo e que não havia a previsão no regimento do Senado para que houvesse esse tipo de inserção na comissão.
Por não ter nenhuma mulher entre seus 18 titulares e suplentes da CPI da Covid, o presidente da comissão, Omar Aziz (PSD-AM), disse que faria uma “concessão” para que duas senadoras pudessem fazer perguntas durante as audiências. Essa decisão não agradou os governistas.
No momento em que a senadora Eliziane Gama (Cidadania-MA) foi chamada a fazer perguntas a Teich, o senador Ciro Nogueira (PP-PI), aliado ao governo, afirmou que não havia acordo e que não havia a previsão no regimento do Senado para que houvesse esse tipo de inserção na comissão.
Em um dos momentos mais acalorados, houve troca de acusações. Eliziane chamou Ciro de "descontrolado" e disse para ele que não "admite grito".
“Nada contra a senadora, mas isso não está em regimento, não foi acordado pela comissão. A gente fica sendo o papel de vilão da situação se nós queremos cumprir o regimento e que o trabalho seja levado a sério. Isso não foi acordado”, afirmou Nogueira.
A senadora respondeu: “Só não entendo porque tanto medo das vozes femininas aqui, Ciro”.
Ao rebater, Ciro Nogueira disse: “As pessoas ficam querendo dar uma outra versão, como se nós estivéssemos perseguindo as mulheres. Quem perseguiu as mulheres foi seu partido que não lhe indicou, senadora”.
“Nada contra a senadora, mas isso não está em regimento, não foi acordado pela comissão. A gente fica sendo o papel de vilão da situação se nós queremos cumprir o regimento e que o trabalho seja levado a sério. Isso não foi acordado”, afirmou Nogueira.
A senadora respondeu: “Só não entendo porque tanto medo das vozes femininas aqui, Ciro”.
Ao rebater, Ciro Nogueira disse: “As pessoas ficam querendo dar uma outra versão, como se nós estivéssemos perseguindo as mulheres. Quem perseguiu as mulheres foi seu partido que não lhe indicou, senadora”.
Osmar Aziz precisou intervir: “Ontem [terça-feira] eu fiz esse apelo para vossa excelência para que a gente pudesse dar [a palavra] a pedido das mulheres. Mas no teor do regimento, nós estamos, sim, fazendo uma concessão neste momento. E não é uma concessão porque elas são mulheres. É uma concessão porque elas têm uma representatividade igual à nossa”.
“E não é concessão, é compensação”, complementou o relator da CPI, senador Renan Calheiros (MDB-AL).
“E não é concessão, é compensação”, complementou o relator da CPI, senador Renan Calheiros (MDB-AL).
Apesar do intermédio, a discussão continuou. Eliziane Gama explicava que havia entre as parlamentares senadoras tanto da base quanto da oposição ao governo e que tratava-se não de uma questão política, mas sim de uma participação feminina.
“Mas não pode ser em arrepio à representatividade do que o povo elegeu”, interrompeu o líder do governo, senador Fernando Bezerra (MDB-PE).
“Eu entrei como o senhor, entramos todos pela mesma forma”, rebateu a senadora Leila Barros (PSB-DF).
“Eu entrei como o senhor, entramos todos pela mesma forma”, rebateu a senadora Leila Barros (PSB-DF).
Outras senadoras também se manifestaram, como Simone Tebet (MDB-MS), que disse que a participação da bancada de feminina não era um privilégio, mas sim uma prerrogativa.
“Há uma grande diferença entre privilégio e prerrogativa. Privilégio é inadmissível no Estado de Direito e as mulheres dessa Casa nunca vão pleitear. Prerrogativa é diferente. Nós pedimos ao plenário dessa comissão que pudéssemos ter direito a uma fala”, ponderou.
“Há uma grande diferença entre privilégio e prerrogativa. Privilégio é inadmissível no Estado de Direito e as mulheres dessa Casa nunca vão pleitear. Prerrogativa é diferente. Nós pedimos ao plenário dessa comissão que pudéssemos ter direito a uma fala”, ponderou.
Suspensão da sessão
Em meio ao embate, o presidente Omar Aziz disse que iria suspender a sessão. “Pode discutir aí, pode brigar, fazer o que quiserem aí”.
“Eu não posso falar nada que vocês ficam descontrolados, com todo o respeito”, disse a senadora Eliziane Gama. Ela e o senador Ciro Nogueira seguiram, em dedo em riste, com a troca de acusações.
“Vossa excelência começou a ficar descontrolado desde ontem”, continuou a senadora. Neste momento, o senador Ciro Nogueira estava de costas e sua fala não foi registrada ao microfone.
“Nem eu aguentando grito de homem, senador Ciro. O que é, senador? Vossa excelência pensa o que, senador? Que vossa excelência vai calar a gente? Vossa excelência não admite meu grito e eu também não admito o seu grito”, afirmou a senadora.
O presidente da CPI, Osmar Aziz, fez questão de pedir desculpas ao ex-ministro da Saúde. “Eu quero pedir desculpas ao Dr. Teich que está aqui, veja bem, sendo testemunha e está tirando um dia de trabalho dele. Nós estamos acirrando um negócio...Se fosse um fato relevante, mas não é nada”, disse Omar Aziz.
“Eu não posso falar nada que vocês ficam descontrolados, com todo o respeito”, disse a senadora Eliziane Gama. Ela e o senador Ciro Nogueira seguiram, em dedo em riste, com a troca de acusações.
“Vossa excelência começou a ficar descontrolado desde ontem”, continuou a senadora. Neste momento, o senador Ciro Nogueira estava de costas e sua fala não foi registrada ao microfone.
“Nem eu aguentando grito de homem, senador Ciro. O que é, senador? Vossa excelência pensa o que, senador? Que vossa excelência vai calar a gente? Vossa excelência não admite meu grito e eu também não admito o seu grito”, afirmou a senadora.
O presidente da CPI, Osmar Aziz, fez questão de pedir desculpas ao ex-ministro da Saúde. “Eu quero pedir desculpas ao Dr. Teich que está aqui, veja bem, sendo testemunha e está tirando um dia de trabalho dele. Nós estamos acirrando um negócio...Se fosse um fato relevante, mas não é nada”, disse Omar Aziz.
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