O Tribunal de Contas da União (TCU) exigiu, nesta quinta-feira (27), que o Palácio do Planalto e o Ministério da Economia entreguem, num prazo “improrrogável” de cinco dias úteis, cópias dos documentos ainda ocultos do orçamento paralelo.
A decisão do ministro Walton Alencar Rodrigues, relator das contas de 2020 da Presidência da República, é para averiguar o esquema montado pelo presidente Jair Bolsonaro (sem partido), no final do ano passado, para garantir sustentação na Câmara dos Deputados e no Senado Federal. A internet apelidou o escândalo de "tratoraço", ou "bolsolão".
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A exigência requer a entrega de ofícios de deputados e senadores até agora mantidos em sigilo. Os documentos formalizaram o direcionamento de bilhões de recursos de emendas de relator-geral do orçamento (chamadas RP 9) a redutos eleitorais.
Trata-se de uma representação da Secretaria de Macroavaliação Governamental (Semag) do tribunal, que investiga “possíveis irregularidades” baseadas em informações reveladas na série de reportagens do Estado de S. Paulo sobre o orçamento secreto.
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As explicações do governo serão analisadas no julgamento das contas do Planalto do ano passado, marcado para 30 de junho. Se a corte rejeitar as contas, abrem-se bases para um possível processo de impeachment contra Bolsonaro.