Publicado 28/05/2021 20:37 | Atualizado 28/05/2021 20:46
Experimento indica que a vacina CoronaVac, produzida pela Sinovac em parceria com o Instituto Butantan, tem menor efetividade contra a variante brasileira P1. O estudo realizado na China mostrou que, apesar ter alta efetividade, o imunizante apresenta menor produção de anticorpos de bloqueio contra algumas cepas.
De acordo com a pesquisa, a Coronavac combate de forma igual as variantes D614G, a britânica B.1.1.7 e a B.1.429, variante identificada na Califórnia. Enquanto contra a brasileira P.1, a sul-africana B.1.351 e a nova-iorquina B.1.526, a vacina foi eficaz, produziu menos anticorpos. Os resultados foram publicados na revista científica Lancet, nesta quinta-feira, 27.
Apesar da Coronavac ter produzido menos anticorpos capazes de neutralizar variante P.1, a proteção ainda assim se confirmou.
Vale ressaltar que o estudo é um experimento de laboratório em condições artificiais, por isso não traduz com precisão as condições reais de uso do imunizante.
"Nossos resultados ressaltam a necessidade de vigilância viral aprimorada e avaliação da eficácia da vacina atualmente autorizada contra variantes emergentes, especialmente na presença de E484K", afirmam os pesquisadores.
A efetividade do imunizante, produzido pelo Butantan, tem sido questionada desde a última semana quando o estudo Vaccine Effectiveness in Brazil Against Covid-19 (Eficácia de vacinas contra covid-19 no Brasil), elaborado pelo Vebra Covid-19, mostrou que a efetividade do imunizante entre as pessoas que têm mais de 80 anos foi menor do que a taxa global.
Esta semana, Dimas Covas, presidente do Instituto Butantan, deu declarações contrárias ao estudo e afirmou que a Coronavac tem efetividade garantida por estudos científicos de alta precisão.
Covas afirmou que os estudos do Butantan realizados nas cidades de São Paulo e Serrana (SP), no Ceará e também no Chile mostram que a vacina tem alta eficiência também nos idosos. "Ela é capaz de proteger contra os sintomas da doença, contra as internações e contra os óbitos em todas as faixas etárias", afirmou ele.
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