Publicado 02/06/2021 09:26 | Atualizado 02/06/2021 11:58
As cidades de Manaus e Porto Alegre foram alvos de operações de busca e apreensão da Polícia Federal, na manhã desta quarta-feira (2). No total, foram realizadas 19 buscas e seis prisões temporárias. Wilson Lima, governador do Amazonas, está entre os envolvidos na operação policial.
Agentes realizaram a apreensão de documentos do chefe do executivo estadual tanto na sua residência, quanto na sede do governo. O secretário de saúde, Marcellus Campêlo, também teve sua casa como alvo, bem como o Hospital Nilton Lins e a residência do seu proprietário.
Denominado de Operação Sangria, as ações dos agentes federais de segurança investigam supostos crimes como fraudes licitatórias, desvios de recursos públicos e organização criminosa.
Investigações preliminares atestam que há indicios de contratações fraudulentas por parte da Secretaria de Saúde do Amazonas, beneficiando empresários locais com a construção de um hospital de campanha. As orientações teriam sido dadas pelo Governo do Estado.
Tiros
Durante o cumprimento de uma das ordens de prisão nesta quarta-feira (2), contra o empresário Nilton Costa Lins Júnior, a PF foi recebida a tiros. Ninguém ficou ferido. O caso foi comentado pela subprocuradora-geral da República Lindôra Araújo, durante a sessão da corte Especial do STJ realizada nesta manhã para analisar uma das duas denúncias apresentadas contra Wilson Lima por irregularidades na compra de respiradores para tratar pacientes infectados pelo novo coronavírus. Lindôra disse que a situação foi "bastante constrangedora", "perigosa" e "suis generis".
Nilton Lins é um dos donos de um grupo empresarial que possui um hospital privado em Manaus, tendo sido requisitado pelo governador do Amazonas Wilson Lima (PSC) para receber pacientes com Covid-19. O contrato de três meses possuía valor de R$ 2,6 milhões e previa a instalação de uma estrutura de hospital de campanha.
Para a Procuradoria-Geral da República (PGR), houve direcionamento à contratação do hospital privado, já que um outro hospital possuía estrutura pronta para receber ampliação de 300 leitos.
De acordo com nota da Polícia Federal, "verificou-se, ainda, que contratos das áreas de conservação e limpeza, lavanderia hospitalar e diagnóstico por imagem, todos os três firmados em janeiro de 2021 com o Governo do Amazonas, cujos serviços são prestados em apoio ao hospital de campanha, contêm indícios de montagem e direcionamento de procedimento licitatório, prática de sobrepreço e não prestação de serviços contratados."
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