Mesmo sendo suspeito da Polícia Civil, Bruno faz homenagens à mãe nas redes sociais Reprodução Redes Sociais
Por iG
Publicado 05/06/2021 18:58 | Atualizado 05/06/2021 19:00
São Paulo - Segundo conclusão da Polícia Civil de São Paulo, o autor da morte de Márcia Lanzane, de 44 anos, falecida no Guarujá (SP), em dezembro de 2020, é seu próprio filho, o jovem Bruno Eustáquio, 23 anos.

No dia do crime, o bacharel em direito e a mãe teriam discutido e acabado trocando tapas e arranhões. Segundo a versão do assassino, ele segurou o pescoço da mãe na tentativa de segurá-la para cessar a briga e não para matá-la. À defesa, ele nega que o ato tenha provocado a morte de Márcia e disse que conversou com ela em seguida. 
Imagens de câmera de segurança dentro do imóvel registraram as agressões e a asfixia da vítima. O aparelho que armazena os vídeos foi encontrado dentro do forno do fogão.

Depois do crime, o jovem, que era filho único, usou as redes sociais para homenagear a mãe com declarações de amor, o que gerou revolta em familiares da vítima.

De acordo com eles, mesmo com a sendo considerado suspeito pela polícia, Bruno passou a usar as redes sociais para homenagear a mãe. No Dia das Mães deste ano ele teria publicado que amará a mãe "pelo resto da vida"

"Obrigado por tudo, meu amor! Eu te amarei pelo resto da minha vida enquanto eu viver!", escreveu. 
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A família de Márcia não considera que as postagens demonstram arrependimento do suspeito. As homenagens causam sentimento de revolta nos parentes. 
"Isso é revoltante porque eu ajudei a Márcia a criar o Bruno e ele sempre foi muito educado comigo. Só que em relação à mãe, os dois sempre discutiram, porém sem gravidade. O que mais dói é que ele ainda fica tirando onda disso nas redes sociais. Mandaram print para mim de uma postagem dele no Dia das Mães. Ele não tem arrependimento algum", afirmou Minerva Lanzane, irmã da vítima. 
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Márcia foi morta em sua casa, no bairro Sítio Cachoeirinha, em Guarujá, em 22 de dezembro de 2020. Inicialmente, o bacharel em direito teria relatado aos demais familiares que a mãe morreu em decorrência de um acidente. Segundo a defesa de Bruno, ele confessou à Polícia Civil que esganou a mãe, mas que não a matou.

Contudo, Bruno Eustáquio foi indiciado por homicídio doloso, que é quando existe a intenção de matar. O inquérito foi concluído em 31 de maio e remetido ao MP (Ministério Público), que decidirá se ofertará a denúncia à Justiça ou fará novas diligências. 
"A gente já esperava esse indiciamento da polícia porque estávamos acompanhando de perto a investigação. Quando minha outra irmã foi liberar o corpo da Márcia, o legista disse que seria assassinato. A família muito abalada, não percebeu na hora que não era um acidente", disse Minerva.. 
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O advogado do suspeito, Ricardo Real Soares, informou ao UOL que vai recorrer da decisão da prisão preventiva, mas pondera que não foi notificado. Ele ainda sustentou que Bruno não esganou a mãe com a intenção de tirar a vida dela.

"Estamos tentando revogar a prisão dele e caso não tenhamos êxito, a intenção dele é se entregar, mas ainda não fomos intimados da decisão", assegurou o advogado.
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