Publicado 14/06/2021 13:51 | Atualizado 14/06/2021 13:52
A procura pelo baiano Lázaro Barbosa Sousa, de 33 anos, mobiliza a polícia do Distrito Federal. Com seis dias de perseguição, foram mobilizados um total de 200 policiais após o serial killer ter matado uma família em Ceilândia na ultima quarta-feira (9). Na ocasião, o suspeito invadiu uma casa e matou Cláudio Vidal, de 48 anos, e os seus dois filhos, Gustavo Marques Vidal, de 21, e Carlos Eduardo Marques Vidal, de 15.
Após o triplo homicídio, Lázaro fugiu levando como refém, a empresária Cleonice Marques, de 43 anos. A mulher conseguiu ligar para o irmão, que quando chegou à casa percebeu os corpos das três vítimas no chão. Mas tanto o serial Killer quanto Cleonice já haviam fugido.
No último sábado (12) Cleonice foi encontrada morta em um córrego próximo a Sol Nascente, também no Distrito Federal. O cadáver estava sem roupa e com vários cortes.
Os crimes de Lázaro Barbosa
Lázaro Barbosa, que é conhecido por ter grande capacidade de sobreviver na mata e pela sua habilidade de fugir das autoridades, logo após a morte da família, começou a fugir da polícia. Na manhã do dia 10 de junho, ele teria invadido uma casa a cerca de 3 quilômetros do local onde o triplo homicídio foi cometido.
Lá o suspeito teria feito como reféns a proprietária da chácara, Sílvia Campos, de 40 anos, e o caseiro, identificado como Anderson, de 18 anos Ambos teriam ficado na mira de seu revólver por três horas. No local, ele teria obrigado os dois a fumarem maconha. Antes de fugir, ele roubou R$ 200, uma jaqueta, celulares e carregador.
Já na cidade de Ceilândia, Lázaro fez mais um refém e roubou um Fiat Pálio. Com o carro, ele se dirigiu a Cocalzinho, em Goiás, onde abandonou e incendiou o veículo.
As investigações apontam que lá se encontrou com um comparsa que o ofereceu suporte.
No sábado (12) ele teria passado a tarde bebendo em uma chácara próxima à Lagoa Samuel, onde o suspeito fez o caseiro refém. O serial killer também o obrigou a fumar maconha. Antes de fugir novamente, Lázaro também destruiu o carro do refém.
Após deixar essa casa, Lázaro foi para outra chácara e baleou mais três homens e roubou duas armas de fogo. Uma das vítimas era Thiago, que em entrevista ao Correio Braziliense deu mais detalhes de como o crime ocorreu.
"Estávamos conversando, quando ele chegou invadindo, por volta das 19h, e atirando. Meus dois amigos ficaram muito feridos e eu fui baleado na perna", contou ele enquanto saia do hospital com um ferimento na perna.
Os outros dois homens foram socorridos pelo Samu e transferidos para Anápolis (GO), em estado grave.
"Estou bem, mas vou passar no Hospital de Anápolis para ver meus amigos", disse ao Correio Braziliense. Thiago deu algumas características do suspeito. "Ele é alto, magro, moreno, estava de barba e vestindo bermuda", completou.
No final daquela noite, a polícia o encontrou e por pouco não o prendeu. Após uma troca de tiros, o suspeito conseguiu escapar enquanto ateava fogo a uma casa no distrito de Cocalzinho, interior de Goiás.
Ainda em Cocalzinho, na tarde deste domingo (13), o foragido furtou um Corsa vermelho e o abandonou, após avistar um ponto de bloqueio montado pela polícia. No interior do automóvel, foi encontrado um carregador de munições.
A polícia fez uma intensa busca pela mata, com a utilização de cães farejadores, drones e helicópteros. Já na manhã desta segunda-feira (14), a Polícia Civil do Distrito Federal informou que as diligências continuam, porém, até o momento, sem novas atualizações quanto a prisões, apreensões, declarações e oitivas.
As características de Lázaro
Lázaro já é conhecido pela polícia. Em 2013, quando respondia um processo por roubo, porte de arma de fogo e estupro, um laudo criminológico apontou que o maníaco tem características de personalidade como "agressividade, ausência de mecanismos de controle, dependência emocional, impulsividade, instabilidade emocional, possibilidade de ruptura do equilíbrio, preocupações sexuais e sentimentos de angústia".
O laudo criminológico ainda indicava que Lázaro "tinha consciência de sua atitudes" e que, apesar de "assumi-las e perceber o sofrimento causado em terceiros (passos importantes no processo de ressocialização), percebe-se que todos os crimes cometidos estão diretamente relacionados a dependência química, fato do qual o periciando não tem autocontrole, haja vista uso abusivo de bebida alcoólica antes de sua reclusão e vício no crack após a prisão."
A conclusão dos três psicólogos que assinam o laudo foi que antes de conceder qualquer benefício, "com o objetivo de promover um retorno saudável do indivíduo ao convívio social, tanto para si quanto para a coletividade" seria necessário o acompanhamento psicológico de Lázaro, "de forma regular e frequente".
Além disso, o grupo indicou que Lázaro fosse incluído em grupos de ajuda "tanto para dependentes químicos quanto para abusadores sexuais".
O documento ainda destaca que Lázaro teve o desenvolvimento psicossocial prejudicado por agressão familiar, uso abusivo de álcool e outras drogas, falecimento de familiar, abandono de atividades escolares, trabalho infantil e situação financeira precária.
Lázaro Barbosa é natural de Barra do Mendes, no interior da Bahia. Lá, ele teria cometido ao menos dois homicídios. A Justiça da Bahia já expediu contra ele um mandado de prisão por conta do homicídio qualificado, além de outros dois por roubo qualificado.
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